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Blogs / Points de Vue

O “new deal” dos destinos

Enquanto o cenário visto do Brasil pode parecer pessimista, a OMT acabou de revelar uma boa notícia, com 1,181 entradas de turistas internacionais em 2015 e um crescimento de 4,4% do turismo mundial. Se a França deve confirmar sua liderança, os sucessos dos Estados Unidos, da China e de vários países do Sudeste da Ásia, as perturbações temporárias  de novas potências turísticas como Turquia ou Dubai mostram porem que a concorrência entre os destinos receptores é cada vez mais forte.

O quadro dado pelo OMT esconde na verdade evoluções bem maiores porque a competição pelos novos consumidores não é hoje tanto a nível de países, mas muito mais a nível de destinos turísticos. E na sua seleção dos 52 lugares a visitar em 2016, o respeitadíssimo New York Times definiu como “imperdíveis” somente 3 países frente a 18 cidades, 27 regiões e 4 parques ou estações de esqui.

No mundo inteiro são assim uns 300 “destinos” que estão agora competindo pensando nos 1,8 bilhões de viajantes do final da próxima década. Para cada um desses destinos, será necessário  adaptar a oferta para as novas exigências dos consumidores do século XXI, bem como valorizar os fatores de diferenciação que justificarão a escolha desses turistas. Os critérios para ser bem sucedidos são numerosos. São também muito diversos assim como pode ser observados nos 40 destinos que a França está promovendo nos mercados internacionais – de Paris ao Monte Saint Michel, de Bordeaux a Borgonha, da Auvergne a Martinica, dos Castelos do Loire até o Tahiti, ou de Courchevel até Biarritz.

Visto do Brasil, dois fatores de sucesso parecem porém ser fundamentais. O primeiro é de conseguir juntar todos os atores de cada destino – profissionais,  políticos e moradores ,– tanto para a construção dos produtos que para a promoção –, num projeto que vai assim beneficiar não somente os turistas mas a própria comunidade. O segundo é conseguir aproveitar e fortalecer as características do local – que sejam suas belezas naturais, suas tradições, seu artesanato, sua gastronomia e seu jeito de viver – sem esquecer de garantir os requisitos básicos como infraestruturas, saúde e segurança. Essas características serão sem dúvidas indispensáveis aos novos destinos internacionais para integrar a lista dos países, das cidades ou das regiões conseguindo o seu desenvolvimento econômico e humano através do turismo. Mostrar sua personalidade e satisfazer as exigências básicas num consenso de todos será para cada destino a chave para se posicionar não somente frente a concorrentes mais ágeis, mas ainda frente aos paraísos artificiais ou as “Fakelandias” que atraiam pela garantia de lazer insosso, mas com risco zero.

Nessas novas regras do jogo dos destinos, o Brasil – e a França- têm, com certeza grandes oportunidades, de se posicionar.

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