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Destinos / Feiras e Eventos

Com mais de 1 milhão de turistas por ano, Porto de Galinhas é case de sucesso; conheça

 

Marcos Tiburtius, Massimo Pelliteri, e Otaviano Maroja

Marcos Tiburtius, Massimo Pelliteri, e Otaviano Maroja

Um dos destinos nordestinos mais visitados pelos brasileiros, Porto de Galinhas mostra como a participação privada pode mudar um lugar. O pequeno povoado pernambucano, que hoje recebe mais de um milhão de turistas por ano, nem sempre foi assim. Foi com a chegada de Marco Tiburtius, Massimo Pellitteri e de Artur Maroja, pai de Otaviano Maroja, que o destino se colocou no mapa turístico brasileiro. Além de serem hoteleiros de sucesso, os três têm em comum o apreço pela região e a força de vontade de ver crescer um pedacinho de terra que até a década de 90 ninguém conhecia.

“Quando chegamos aqui não existia nada. Havia apenas algumas casas de veraneio e alguns poucos restaurantes e não havia estrada. Todos os acessos eram por areia”, diz Marco Tiburtius, proprietário do Village Porto de Galinhas e membro da Associação Hoteleira de Porto de Galinhas. Em um tom saudosista ele relembra de como tudo começou e conta um pouco o crescimento e a visibilidade que o destino teve. Foi em 1984 que o local ganhou seu primeiro hotel, o Solar Porto de Galinhas, que ficou pronto apenas em 1986.

“Com a chegada da hotelaria, a vida dos moradores da região mudou muito. Antigamente os habitantes trabalhavam em função da usina de açúcar, fazendo o plantio, a colheita e moendo a cana. Esse era um trabalho sazonal, que só empregava seis meses por ano”, esclarece Massimo Pelliteri, proprietário do Hotel Armação e Kembali. Com o crescimento do turismo, os moradores passaram a trabalhar durante o ano todo, com direito a férias e descanso remunerado. Hoje, Porto de Galinhas emprega mais de 20 mil pessoas em atividades ligadas ao turismo. É o que afirma Otaviano Maroja, proprietário do hotel Village.

Foi em 1992, com o surto de cólera no Nordeste que os hoteleiros se uniram e fundaram a Associação Hoteleira de Porto de Galinhas. “Percebemos que tínhamos os mesmos problemas, as mesmas demandas. E resolvemos nos unir e nos ajudar”, explica Tiburtius. Com o início da associação, os executivos pararam de promover seus hotéis e focaram na promoção de Porto de Galinhas. “Quando alguém vai viajar, ela não escolhe um hotel. Ela escolhe primeiro um destino e lá [no destino] escolhe um hotel. Vimos que era importante fazer com que as pessoas conhecessem Porto de Galinhas”, conclui Tiburtius.

O início da aviação em Porto de Galinhas – Com um objetivo em mente, os executivos perceberam que era essencial melhorar o acesso à região. Era necessário que os turistas conseguissem chegar ao local. Assim, deram início à uma parceria com a Viação Aérea de São Paulo – Vasp, que cedeu 60 passagens para que usassem como quisessem.

Ao invés de sair para divulgar o destino, os executivos resolveram trazer agentes, jornalistas e o público para ver com os próprios olhos as maravilhas de Porto de Galinhas. “Começamos a realizar os Famtours. E fazemos isso até hoje, sem cobrar nada por isso”, conta Marcos. Deu tão certo, que no mesmo ano a Vasp concedeu mais mil passagens. E em 1994 a CVC e a Soletur começaram a operar um voo charter para a região.

Em um tom de memória, Massimo Pellitteri, conta que durante os Famtours os três faziam tudo. “Éramos guia, motorista e até animador. Pegávamos pranchas e caiaques emprestados e levávamos as pessoas para Muro Alto. A gente pegava um jet ski de um amigo para entreter as pessoas”, conta. Tiburtius completa que eles dirigiam os bugres que também pertenciam a amigos e colegas. “Tudo com muito esforço e trabalho”, diz Pelliteri.

Estava feito, Porto de Galinhas era o destino da moda. Mas como toda moda, uma hora o foco muda. Para isso, Marcos Tiburtius ressalta que foi necessário muito investimento em melhorias, a fim de manter a qualidade do destino. “Muitos destinos turísticos começam a disputar preços. Mas isso é muito perigoso. Ao invés de ir para a precificação partimos para a qualidade. Melhoramos e ampliamos os hotéis. Fizemos uma verdadeira transformação na região. E com isso mantivemos, não apenas o nível do destino como também do cliente”, relata Massimo. E a ação deu certo. Otaviano conta que o destino costumava ter charters de diversos países. “Alemanha, Noruega, Espanha, Itália, Finlândia… Em 2008 cerca de 40% dos turistas eram internacionais”, explica o executivo.

Com a crise global o número caiu. Em 2014 apenas 10% dos turistas eram estrangeiros. “Apenas Natal tinha mais de 15 voos charters. Atualmente acho que o Nordeste todo não deve ter mais de cinco. Mas continuamos investindo, contamos com uma forte presença dos turistas argentinos. Em 2015 registramos um total de 14% de estrangeiros e para esse ano projetamos 20%”, frisa. Os executivos esperam uma rápida recuperação dos países sulamericanos e, a longo prazo, o retorno dos países europeus.

Mas qual a chave do sucesso? “Qualidade, investimento, promoção e se reinventar sempre. Tudo com muito trabalho e perseverança”, enfatiza Massimo Pelliteri.

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