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Destinos / Política

Obama, Trump e Fidel: o que muda para o turismo de Cuba

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Carros em Havana (Foto: Samantha Chuva)

Desde dezembro de 2014, quando o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, deram início ao restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países que o turismo em Cuba vem sofrendo um boom.

Frequentemente na mídia, o interesse pelo destino aumentou consideravelmente. Apenas na primeira metade de 2016, a receita ligada ao turismo cresceu 15% em comparação ao mesmo período do ano anterior. E o número de americanos que visitaram a ilha cresceu em torno dos 80%. As informações são da plataforma de análise de dados Skift.

Mas com os recentes acontecimentos, como a morte de Fidel Castro e a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o futuro do destino é incerto. Para o especialista com quase 60 anos de relacionamento com o país, Roberto Silva, Cuba ainda precisa atravessar diversos desafios para se classificar como um dos principais produtos turísticos do mundo e conseguir lidar com a crescente demanda internacional, a exemplo da queda das leis referentes ao embargo, o aumento da cadeia hoteleira, e a divulgação de outras cidades além de Havana.

“A verdade é que, enquanto existirem as leis do embargo, Cuba fica limitada, tanto em relação a negociações quanto em crescimento de oferta”, explica o executivo que ressalta que não cabe ao presidente americano esta decisão, e sim ao senado. Roberto Silva ainda destacou que as pequenas mudanças de abertura que tem acontecido se concentram apenas em Havana. “As pessoas desejam conhecer Havana. O resto de Cuba ainda não despertou o interesse”.

Acomodação: um problema vigente
Com uma oferta de apenas 6 mil quartos, a cidade de Havana fica muito aquém da demanda pelos 20 mil apartamentos necessários. Além de não ter para onde crescer, os projetos para construção de novos hotéis não apenas na capital, mas também em outras cidades cubanas não permitem 100% de investimento de capital estrangeiro. Os acordos, em sua maioria, autorizam apenas que as grandes marcas operem com suas bandeiras, reformem prédios e outras ações, porém o empreendimento ainda pertence ao governo cubano, o que dificulta o desenvolvimento econômico e o crescimento do Turismo no destino.

Uma saída para tentar suprir essas lacunas é através dos cruzeiros, que se tornam hospedagens temporárias, e pelo Airbnb, que conta com 35 barcos em seu catálogo que podem ser utilizados como hospedagem alternativa. O entrave continua sendo Havana. Uma vez que o porto de Havana não comporta a demanda pelos navios.

O futuro: uma Cuba mais cara
Pela lei da oferta e procura, com mais demanda que leitos e o crescente interesse pela ilha por parte de turistas do mundo todo, em especial norte-americanos, o resultado será uma Cuba mais cara. Roberto Silva afirma que os preços vêm subindo, contabilizando um aumento de 40% este ano em relação a 2015. E tudo indica que 2017 não será diferente. “Para o ano que vem os pacotes já estão mais caros, com uma média de mais 40% no aumento das tarifas”, enfatiza Silva que completa: “Massificar Cuba é difícil”.

Logo, o que se pode especular é que o destino torne-se ainda mais exclusivista. Principalmente levando em consideração que o acesso não é tão fácil. Poucas aéreas realizam a rota, sendo que até o momento não há nenhum voo direto com saída do Brasil.

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