Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Destinos

Paulo Gaudenzi: 5 passos para a Bahia manter a liderança turística no Nordeste

Paulo Gaudenzi, presidente do Salvador Destination

Paulo Gaudenzi, presidente do Salvador Destination (Pedro Menezes/M&E)

SALVADOR – Quem conhece, sabe. O estado da Bahia sempre foi o carro chefe do turismo do Nordeste, mas a evolução infraestrutural de destinos próximos, como Ceará e Pernambuco, por exemplo, coloca esta liderança isolada de forma um pouco mais acirrada. Para se ter uma noção, pela primeira vez em 38 anos o Aeroporto de Salvador recebeu o mesmo número de passageiros do que o Aeroporto de Recife, durante o 2° trimestre.

Por outro lado, todos os esforços dos órgãos governamentais em repaginar a orla, restruturar as principais vias que cortam a capital Salvador e construir mais 44 quilômetros de linhas de metrô, começam a dar resultado. A quantidade de produtos turísticos também ajuda a Bahia a manter a liderança na região, já que é recheada de oportunidades por cidades como Porto Seguro, Ilhéus, Imbassaí, Praia do Forte, Itaparica, Itacaré, entre outras.

No entanto, como não poderia ser diferente, o estado vem sofrendo com a crise política e econômica brasileira. Em entrevista exclusiva ao M&E, o presidente do Salvador Destination e atual VP da ABIH-BA, Paulo Gaudenzi, quer e sabe que a Bahia pode mais, mas acabou reconhecendo que a crise vem tirando o sossego de boa parte do setor.

O atual momento, apesar de toda a renovação da capital, requer cuidados, estudos e investimentos num dos setores mais importantes para a economia: o turismo. “O poder de compra do brasileiro caiu, tivemos problemas nos centro de convenções e ganhamos novos concorrentes na região, como o Litoral Norte. No entanto, sabemos que Salvador é hoje a cidade mais bem organizada financeiramente do Nordeste, a terceira no país”, disse.

Por conta disso, Paulo Gaudenzi destacou cinco pontos considerados cruciais para todo o turismo da Bahia voltar a crescer e manter a liderança no Nordeste, que está de pé desde a década de 1970. Confira:

1. CENTRO DE CONVENÇÕES

“A reforma e manutenção do nosso Centro de Convenções é uma reinvidação de todo o trade. Com o tempo, acabamos perdendo nove congressos por falta de infraestrutura, o que geraria um movimento superior a 55.000 pessoas pela cidade. É um produto considerado essencial para uma capital como Salvador para manter a taxa hoteleira em alta e o crescimento natural de toda a cadeia turística da cidade”.

2. MÍDIA

“A Bahia como um todo está fora da mídia. Precisamos retomar o investimento em propagandas para alavancar novamente nossos produtos. Mas não podemos apostar nossas fichas em qualquer mídia, temos de estar presentes em veículos grandes, levar nossa marca para os tradicionais canais da televisão brasileira, e para isso precisamos de orçamento e parceria com os órgãos turísticos governamentais”.

3. PRODETUR

“Necessitamos destravar o Projeto de Desenvolvimento do Turismo da Baía de Todos os Santos, já que temos US$ 85 milhões de investimento que estão parados há mais de dois anos. É algo que seria fundamental para o desenvolvimento de todo o estado, uma vez que jamais tivemos uma obra realizada com este orçamento”.

4. AEROPORTO

“Das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, Salvador é a terceira maior em população, a terceira maior no segmento turístico, em número de voos e no publico internacional, atrás apenas do eixo RJ-SP. E afirmo que não temos um aeroporto à altura. Não tivemos obras de ampliação dos terminais e, consequentemente, não conseguimos aumentar a capacidade para receber um fluxo maior de passageiros”.

5. TURISMO TRANSVERSAL DENTRO DO GOVERNO

“Precisamos trabalhar para que exista uma integração entre a atividade turística e as secretarias de Fazenda, Planejamento e Transportes e, deste modo, alavancar o segmento turístico de todo o estado. A agenda econômica do governo não tem o turismo como prioridade, nós não temos voz, logo o governo precisa entender rapidamente que o setor é vital para a geração de renda e empregos, uma das chaves para sair da atual crise”.

Receba nossas newsletters