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Destinos

Por sustentabilidade, Barcelona busca turistas mais qualificados

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Joan Romero, diretor Sudamérica da Agência Catalana de Turismo

O grande volume de visitantes fez com que o governo pensasse em meios para melhorar a qualidade do turismo

Desde os anos 2000, Barcelona experimentou um boom no turismo. Muito se deve ao grande sucesso das Olimpíadas realizadas em 1992, que deixou um legado urbanístico positivo e uma imagem que fez da capital catalã a nova queridinha dos turistas internacionais. O fluxo de na cidade dobrou na década após a realização do evento esportivo e, em 2016, o destino recebeu 32 milhões de visitantes, desse total 18 milhões eram estrangeiros.

A boa notícia é que esse enorme volume é responsável hoje por cerca de 11% da economia da Catalunha, porém, com a massificação do turismo, os problemas para os cidadãos começaram a aparecer. O número de visitantes cresceu tanto que, a partir de 2015, após alguns protestos dos moradores da cidade, o governo decidiu restringir o volume de turistas em Barcelona. Isso quer dizer que a cidade não quer mais receber turistas internacionais? Calma, que não é bem assim.

32 milhões
é o número de turistas que a cidade recebe, sendo que 18 milhões são estrangeiros

Segundo Joan Romero, diretor Sudamérica da Agência Catalana de Turismo, a ideia não é impedir a entrada dos turistas na cidade, mas sim melhorar a qualidade deste fluxo. “Hoje já temos um grande volume de turistas, o que queremos agora é que esse estrangeiro que vem a Barcelona tenha um perfil diferente, com maior poder aquisitivo e que possa conhecer outros destinos da Catalunha, além da capital”, explicou.

Além de Barcelona, outras cidades no mundo já estão aprovando leis que restringem, por exemplo, o aluguel de temporada – como é o caso de Amsterdã e Berlim. Outro exemplo é Palau, na Oceania, que apresentou um projeto de lei para permitir apenas a construção de cinco hotéis em suas praias da Micronésia. O objetivo é receber cada vez menos turistas e se converter num país sinônimo de luxo e exclusividade.

De acordo com Romero, as autoridades catalãs sabem a importância que o turismo representa para o destino. Agora o plano é focar na qualidade do turista e não mais no volume. “A ONU declarou que 2017 é o ‘Ano do Turismo Sustentável’, e pensando nisso, queremos aproveitar o tema e nos engajarmos em melhorar a experiência no destino tanto para os moradores quanto para os turistas que nos visitarem”, antecipou.

Uma das ações já pensadas é a criação de um plano para ordenar as zonas históricas como o Parque Guell e a Sagrada Família. “Os ingressos para essas atrações já são vendidos online, o que já melhora a fila nos locais. O Parque, por exemplo, está ainda limitando os horários de visita. Esses são algumas das ações que podem melhorar o convívio na cidade”, disse.

Outra boa opção que o governo quer explorar é a visitação em outros destinos catalães, nos arredores de Barcelona. Pirineus está a apenas duas horas da capital; assim como Port Aventura (uma hora) que terá o novo parque Ferrari Land a partir de abril. “Essas são algumas das opções que oferecemos no destino. Estamos trabalhando em conjunto para promover a oferta complementar de Barcelona aos mercados internacionais”, comentou.

BRASIL
Segundo o executivo, o Brasil está muito bem na avaliação do turismo de Barcelona. Em 2016, apesar de não registrar crescimento no volume de turistas, os brasileiros continuam sendo um dos emissores que mais gastam no destino. Em média são 205 euros por dia. Romero ainda elogia, além do alto valor deixado na economia catalã, a qualidade humana e cultural dos brasileiros. “Nosso mercado está tranquilo, temos um alto fluxo, mas principalmente de qualidade. Temos ainda muito o que crescer no Brasil e nosso trabalho de promoção e captação no país continua forte”, finalizou.

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