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Política

Visto eletrônico para China vira prioridade de Lummertz no MTur; veja metas

Vinicius Lummertz, ministro do Turismo

Vinicius Lummertz, ministro do Turismo

BRASÍLIA – O novo Ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, concedeu uma entrevista completa ao M&E no primeiro dia oficial à frente da pasta. Num bate-papo extremamente didático, Lummertz abordou seus desafios, o primeiro passo ao chegar no gabinete, o que é possível fazer até o fim do ano (quando será obrigado a entregar o cargo), as mudanças que o país precisa para abrir as portas para mais turistas e o investimento que será feito no visto eletrônico para chineses, considerado um ponto primordial para o Ministério do Turismo daqui para a frente.

VISTO ELETRÔNICO PARA CHINESES

“O primeiro passo de minha gestão são as prioridades consideradas estratégicas. Meu olho está no Congresso Nacional neste momento, que continua nesta série de avanços conquistados que emanam do Conselho Nacional do Turismo, de uma relação com o trade e do entendimento que houve uma mudança do ambiente de negócios turísticos no Brasil, como aconteceu com os vistos eletrônicos, por exemplo, que agora queremos expandir para a China”, disse Lummertz, que logo foi questionado pelo M&E se isto aconteceria até o fim do ano.

“Eu passo muito mais tempo acreditando no que eu vou defender, do que os outro vão resistir. A luta dos vistos demorou sete anos. Queríamos o waiver dos vistos, só conseguimos nas olimpiadas por alguns meses e depois pedíamos para que fossem eliminados os vistos para estes países, que não criavam risco migratório. Nosso papel é convencer e fazer com que a agenda se mova. A Argentina já está convencida em facilitar a vida dos chineses”.

AMPLIAR RELAÇÃO ENTRE BRASIL E ARGENTINA: AÇÕES NA CHINA

Brasil e Argentina terão uma audiência em breve para ampliar a relação bilateral. A reunião será com o presidente Mauricio Macri. “Hoje, temos US$ 1,3 bilhão entrando no Brasil e outros US$ 800 milhões entrando na Argentina, ou seja, uma soma de mais de US$ 2 bilhões e que este ano cresceu muito mais. E a busca conjunta de mercados longíquos como a China, por isso este encontro. Uma política que vamos desenvolver em conjunto”, disse.

O ministro revelou uma promoção conjunta de Foz do Iguaçu, já a partir de maio, e a importância do mercado chinês para o Brasil. “Vamos levar Foz para Muralha da China. Vamos estar em Xangai, Pequim e Hong Kong fazendo esta ponte. China é um mercado emissor de 130 milhões de turistas, nós temos 55 mil. Um mercado interno de 4 bilhões de viagens e investimento US$ 5 trilhões nas chamadas rotas da seda, que a aproxima de 65 países da Europa e Oriente Médio. E nós temos uma maneira de se aproximar deste ganho, que é via aérea. Por isso nossa rota da seda é neste sentido, de que é preciso aumentar a conectividade e derrubar barreiras de visto. Ter roteiros e criar condições de preço. E eles (Argentina) são capazes de serem parceiros nesta caminhada.”

INFRAESTRUTURA E PRODETUR A NÍVEL NACIONAL

Após o sucesso no Nordeste, o ministro Vinicius quer levar o programa para os quatro cantos do país. “No sentido de transformar o Prodetur Mais Turismo num programa ligado às bases do turismo territoriais do Brasil, que visa promover a lógica dos destinos e marketing de promoção. Uma política mais integrada revela a expectativa de construir destinos de uma forma mais contundente, o que traz um equilíbrio do investimento público e privado. Precisamos formar capital, ou seja, investir em infraestrutura. Não adianta hotéis velhos com boa ocupação. Precisamos de novos hotéis, aeroportos, mais desburocratização, precisamos de um país leve. Para melhorar a vida dos brasileiros, precisamos aumentar a produtividade, diminuir a carga de impostos e juros sobre negócios”.

A IMPORTÂNCIA DO TURISMO: O LEGADO FICA PARA 2019?

Questionado pelo M&E se a nova gestão do Turismo, a partir de 2019, pode estragar o trabalho feito nestes últimos anos pela atual gestão, Lummertz foi enfático. “Não, porque o Brasil é um país que demora a fazer coisas, mas faz. O Brasil sempre foi lento, uma grande nau antiga e conservadora. Tanto é que fomos o último país no mundo a acabar com a hiper inflação. O Brasil que se consome em juros e impostos, logo ninguém consegue poupar. Nossa expectativa é uma inversão deste ambiente, com inflação e juros baixos. E a nossa torcida é que tudo seja feito em prol do turismo porque há um grande potencial, logo vamos lutar pelo setor por isso até o final deste governo”.

Para ele, o trabalho de conscientização da população, o que revela a importância do turismo, é algo primordial. “A conscientização acontecendo no Brasil e no mundo. O Japão, por exemplo, está recorrendo ao turismo parar gerar empregos. Temos que ter coragem no turismo. Temos dificuldade de admitir e reconhecer que alguém possa fazer algo de bom. O que fizemos foi aumentar a produtividade e mudar a ótica do setor no país. Em 1990, nossa internacionalização da economia era de 9%. Hoje é de apenas 19%. O Brasil é fechado. Nós precisamos abrir o país e o turismo é um dos meios pela conectividade, ou seja, temos um papel aqui que vai além da ‘sombrinha na praia’. Uma aeronave custa R$ 500 milhões, um aeroporto custa R$ 2 bilhões, um centro de convenções custa R$ 400 milhões. Precisamos ter uma nova compreensão de como funciona a economia na prática”, disse.

A FUGA DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS

Vinicius Lummertz mostra descontentamento de saber que Oriente Médio e China recebem mais investimentos em novos parques de diversão do que o Brasil. “Perguntamos o porque destas regiões receberem mais parques do que nós. A resposta está na regulação, na falta de segurança jurídica e nos altos impostos e juros para empresários”.

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