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Blogs / Cruzeiros Fluviais

A vez do Brasil

A realização da Olimpíada no Rio de Janeiro, coloca o Brasil na vitrine da mídia mundial. Além dos milhares de jornalistas das mais diferentes nacionalidades, da expectativa de se receber mais de 400 mil turistas e estar nas principais emissoras de televisão em todo o mundo, para um público superior a 4,5 bilhões de expectadores, o evento é algo inédito e de uma dimensão nunca vista anteriormente. Dia e noite estaremos sendo notícia nas próximas semanas.

Essa exposição toda tem seus aspectos positivos e negativos. Claro, que a cobertura não se restringe apenas a esfera esportiva. Os jornalistas estarão vivenciando o dia a dia não apenas da cidade, mas também dando ênfase a outras regiões turísticas do país. É uma oportunidade fantástica para que possamos mostrar o que temos de melhor, toda diversidade cultural, gastronômica, esportiva, sem contar os inegáveis atrativos naturais. Essa mídia espontânea tem também seu lado negativo na exploração de imagens como a violência urbana, miséria, denuncias sobre a exploração do turista. Enfim, tudo isso pode ser bastante positivo ou negativo para a imagem do país.

Muito ajudaria se as nossas autoridades vierem adotar medidas  contra a violência urbana e os abusos praticados, isso já ajudaria muito. Recentemente tivemos o caso de uma jornalista norte-americana, que pegou um táxi no Galeão e o motorista queria lhe cobrar R$ 260 pela corrida até a Zona Sul, algo que não passaria de R$ 80. Há também abusos nos preços da hotelaria e na prestação de serviços. Uma fiscalização eficiente pode ajudar  em muito a coibir esse tipo de prática.

Um país da dimensão do Brasil com toda essa beleza e hospitalidade, conhecido pela alegria do seu povo não pode de modo algum se contentar em receber apenas 6,3 milhões de turistas, dos quais 2 milhões são argentinos e o restante de outros países. Precisamos ambicionar mais. Precisamos aprender a nos promover com mais competência e, mais do que nunca, entender a indústria do Turismo como uma atividade econômica geradora de empregos, renda e investimentos.

O Governo não pode ter o Ministério do Turismo apenas como uma pasta para distribuição de cargos políticos. O setor privado deve unir forças para ganhar maior representatividade junto a esfera política, de modo a defender seus interesses. Neste sentido, entidades como Abav, Braztoa, ABIH, Fohb, FBHA e outras mais devem cobrar das autoridades uma política para o setor, e um modelo de gestão do Mtur, que esteja integrado com outras áreas do Governo, em especial a área econômica. Sem apoio político e recursos não avançaremos.

Temos com a Olimpíada uma oportunidade única para galgarmos um patamar mais elevado no cenário mundial. Mas é preciso fazer o dever de casa com competência, caso contrário o legado destes mega eventos se limitará a algumas melhorias de infraestrutura e uma exposição temporária na mídia internacional sem resultados concretos.

Miguel Andrade é diretor da Braztoa para o Rio de Janeiro e diretor-presidente da operadora

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