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Agências e Operadoras

EXCLUSIVO: Eduardo fala pela 1ª vez sobre a falência da Nascimento Turismo

Eduardo Nascimento, do Sindetur-SP

Eduardo Nascimento

“Não somos inocentes, mas é preciso ressaltar que também não somos os únicos culpados”. A frase carregada de uma certa melancolia, mas com a serenidade e sobriedade que sempre caracterizaram a personalidade de Eduardo Nascimento, traduz de forma clara e límpida a opinião do empresário sobre a falência da Nascimento Turismo, que se tornou uma das maiores operadoras de turismo do país desde a sua fundação, na década de 1960.

Nesta quarta-feira (04), por contada decisão judicial que decretou oficialmente a falência do grupo, Eduardo Nascimento decidiu abrir o coração ao MERCADO & EVENTOS, após quase três anos de silêncio. Falou com exclusividade sobre os fatores que contribuíram para levar o juiz Daniel Costa, do Tribunal de Justiça de São Paulo a decretar a falência da NT Agência de Viagens e da Nascimento Turismo.

Para Eduardo Nascimento, aconteceram erros de gestão e descontrole financeiro. “Isso resultou nesta situação cujo desfecho aconteceu infelizmente nesta quarta-feira”. Ao mesmo tempo o empresário lembra que a falta de apoio do Governo ao setor, a alta carga tributária e a falta de certo lobby político também contribuíram para acelerar o processo de falência. “Não roubamos nada de ninguém num país em que a corrupção virou rotina, cumprimos nossos compromissos, assumimos erros de terceiros, mas acabamos sendo os únicos penalizados”, desabafou.

O dirigente admite que, entre as medidas equivocadas da sua gestão, está a compra da New Line, além de citar o caso de fretamentos com a Ryan Internatinal. “Compramos uma empresa que tinha um cadáver no armário e amargamos um prejuízo de R$ 12 milhões. No caso da Ryan, nos prometeram aviões, cancelaram na véspera e acabamos tendo que embarcar dois mil passageiros em outras companhias”, disse. Eduardo lembrou dos inúmeros processos na justiça com relação ao segmento de cruzeiros, por conta de uma legislação ultrapassada e falha. “Tivemos enormes prejuízos com isso”, admite.

Eduardo Nascimento também afirmou que não foi apenas a Nascimento Turismo a única prejudicada pela falta de apoio do Governo, dificuldades de crédito e falta de medidas de incentivo. “Basta você dar uma olhada pelo retrovisor e ver a quantidade de grandes operadoras que acabaram fechando suas portas”. Antes de finalizar, voltou a reconhecer que equívocos no modelo de gestão, parcerias realizadas no momento errado e grave a conjuntura econômica foram os fatores que contribuíram para a falência do grupo. “Foi um sonho que durou 54 anos e infelizmente teve o desfecho que não esperávamos”, lamenta.

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