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Aviação / Curiosidades

Bagagens: veja por onde passam as malas despachadas

O roteiro é sempre o mesmo. Esperar na fila do despacho de bagagens nos aeroportos para transportar tudo aquilo que não conseguimos fazer caber (ou não é permitido) em mochilas ou bolsas de mão. Colocamos nossos pertences nas grandes malas de rodinhas, erguemos a pesada caixa de tecido e plástico que se formou em cima das esteiras no check-in, e só vamos reencontrar a bagagem quando chegarmos ao destino. Mas o que acontece com elas enquanto não olhamos? Enquanto esperamos o embarque?

Fomos até o Aeroporto de Guarulhos – o mais movimentado do país – para desvendar este mistério. Em uma atividade promovida pela Sita, fornecedora de soluções de tecnologia para companhias aéreas, o M&E conheceu como e por onde as malas despachadas transitam dentro deste aeroporto, onde diariamente 105 mil passageiros despacham cerca de 110 mil malas em diferentes companhias e voos. Confira o passo a passo:

CHECK- IN E DESPACHO

Check-in de bagagem sendo realizado no terminal do Aeroporto de Guarulhos

Check-in de bagagem sendo realizado no terminal do Aeroporto de Guarulhos

Ao chegar nos terminais, quando se tem uma bagagem para despachar, o passageiro busca o guichê onde a mala será pesada e etiquetada para prosseguir em uma esteira que até um local longe dos nossos olhares. A etiqueta emitida pelas atendentes registra, além do peso da carga, todas as informações do passageiro, como nome completo, destino, entre outras informações, gerando assim a “identidade” do despacho, chamada de BSM. Com a emissão da identificação, uma janela virtual é criada para cada objeto, que então é monitorado através da sala de comando de bagagens do terminal, que saberá por qual esteira e quando a bagagem passou.

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

Scanners que marcam a passagens das bagagens por cada ponto das esteiras desde o procedimento de segurança até o sorter

Scanners que marcam a passagens das bagagens por cada ponto das esteiras desde o procedimento de segurança até o sorter, onde elas são separadas

Sumindo dos olhos dos passageiros percorrendo as esteiras, as bagagens chegam ao centro de fiscalização e segurança, onde podem passar por até cinco procedimentos de vistoria. O primeiro é uma triagem de raio-x automatizada, que analisa os pertences internos. Caso o programa acuse algum objeto ou composto suspeito, a mala passa pela segunda fase de segurança, onde um especialista do aeroporto analisa as imagens geradas em no máximo 20 segundos de dentro de uma sala de comando no interior do terminal.

Caso permaneça a suspeita, a bagagem passará pela terceira fase de segurança, onde um tomógrafo, também automatizado, irá gerar imagens 3D dos objetos internos. Se a suspeita ainda persistir, a mala é levada para mais uma fase, que consiste em outro especialista do aeroporto analisando as imagens gerados pelo tomógrafo.

A equipe de fiscalização visual das bagagens observa cerca de 30% dos despachos diariamente que são reprovados pelo raio-X

A equipe de fiscalização visual das bagagens observa cerca de 30% dos despachos diariamente que são reprovados pelo raio-X

Nos casos onde as bagagens despachadas são reprovadas na quarta fase, a última etapa de segurança consiste em devolver o despacho para os clientes, que terão seus nomes anunciados pelo terminal, e que então deverão remover o objeto conflitante, desistirem da viagem ou serem encaminhados para a Polícia Federal, dependendo das razões que levaram a reprovação da mala.

CARREGAMENTO NOS AVIÕES

Os funcionários das analisam as etiquetas e então encaminham as bagagens para os contêineres

Os funcionários analisam as etiquetas e então encaminham as bagagens para os contêineres correspondentes a cada voo

Se não houve conflitos ou o objeto passou em pelo menos uma das fases de segurança, ele é encaminhado para a esteira de sorter, que eletronicamente separa as malas pelas esteiras das companhias aéreas que voarão para o destino de seu proprietário. Nas esteiras das companhias, as bagagens têm as etiquetas novamente conferidas e então são carregadas nos contêineres, que podem comportar de 40 a 50 malas.

 

Cada mala é avaliada e tem um nível de prioridade para ser carregada nos contêineres. Por exemplo, as bagagens de clientes de primeira classe ou prioritários são deixadas por último, já que eles serão os primeiros passageiros a desembarcarem. Enquanto as malas mais pesadas e resistentes são as que ficam em baixo das outras, para evitar danos a bagagem ou aos objetos dos outros passageiros.

Contêineres carregados com malas dos passageiros

Contêineres carregados com malas dos passageiros sendo preparado para se deslocar em direção aos aviões

Com os compartimentos carregados, os funcionários dos aeroportos montam o trilho para que os contêineres sejam acoplados a um pequeno caminhão, que leva a carga para próximo aos aviões. No caso de grandes aeronaves que fazem voos internacionais, os próprios contêineres são carregados dentro das aeronaves, com as malas dos passageiros dentro, através de um elevador automático que ergue as peças de aço. Os caixotes de metal são então presos ao chão para que não se mexam durante o voo.

Avião A330-200, da Avianca, utilizando os elevadores que erguem os contêineres para os porões

Avião A330-200, da Avianca, utilizando os elevadores que erguem os contêineres para os porões

Para as rotas domésticas ou em aeronaves de menor porte, os contêineres são descarregados próximos as aeronaves, as malas são postas em esteiras inclinadas na altura do porão dos aviões, e o restante do trabalho de armazenamento é feito manualmente por um funcionário.

TRANSPORTE DE ANIMAIS

Os cães de grande porte, que não possuem autorização especial para irem nas cabines, devem ser despachados em caixotes de grades

Os cães de grande porte, que não possuem autorização especial para irem nas cabines, devem ser despachados em caixotes de grades

Em casos em que o transporte de animais nos porões da aeronaves é permitido o despacho é feito de maneira diferenciada. Os bichos, depois de passaram pelas medidas de segurança dentro das gaiolas, da mesma forma que uma mala de despacho comum, são levados às esteiras de cada companhia aérea através de um elevador próximo ao local para evitar que o animal se estresse ou se machuque.

 

Após terem as etiquetas checadas, as gaiolas, nos casos de aeronaves de grande porte, são armazenadas em um porão diferente da aeronave, longe dos contêineres de malas, chamado de bulk, que é utilizado para armazenar a bagagem da tripulação e objetos de pessoas com deficiência, como cadeiras de rodas. Nas aeronaves menores, por não armazenarem os contêineres, os animais são colocados nos porões

OBJETOS FORA DO PADRÃO

Para os amantes de esportes radicais e que não deixam a prancha ou skate de lado, não poderão levar os objetos nas cabines

Para os amantes de esportes radicais e que não deixam a prancha ou skate de lado, não poderão levar os objetos nas cabines

Pranchas, skates, ou objetos grandes maiores que uma mala não podem ser levados nas cabines e devem ser despachados, porém, eles serão transportados como carga, ou seja, não serão posicionado nos mesmos contêineres ou locais das bagagens comuns, sendo encaminhados diretamente aos aviões, onde então deverão ser postos em um local distinto do porão dedicado para cargas.

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