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Destinos

Maitê Uhlmann analisa papel dos Conventions na promoção do mercado MICE; veja artigo

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Maitê Uhlmann

A professora universitária e consultora de turismo, Maitê Uhlmann, acredita que os destinos turísticos estão enfrentando desafios que podem ser solucionados com o investimento no mercado MICE. Isso porque o consumidor atual está em busca de envolvimento emocional com o destino que visita e algumas opções de eventos, como a São Paulo Fashion Week, podem proporcionar isso.  Associando este cenário ao papel dos Conventions, Maitê defende um gerenciamento equilibrado do relacionamento de poder e dependência das entidades para aumentar a competitividade no mercado MICE. Veja o artigo completo abaixo:

O mercado MICE e os Conventions Bureaux

O que o MICE tem a ver com Indústria de Eventos? Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Eventos – ABEOC, MICE (Meeting, Incentive, Congress & Exibithions) é uma sigla usada em referência a um tipo específico de turismo em que grandes grupos, geralmente planejados com antecedência, se reúnem para um propósito particular. Bem, vamos falar de evento, que reúne tudo isso. Evento é um acontecimento composto por uma série de ações, com a finalidade de criar um fato importante, aproximando pessoas, criando conceitos e imagens de bens, produtos, serviços e ou instituições. Até aqui, alguma novidade? A essência é a mesma, mas a embalagem do conceito é nova. O que talvez escape da nossa percepção, pois a cada dia vemos absurdos acontecendo no nosso setor, é que tratamos de uma dimensão do turismo que são os “serviços”. Serviço é uma ação, um esforço, um desempenho, que tem como principais características a inseparabilidade, a heterogeneidade, a intangibilidade e a perecibilidade. Pense na hotelaria: você não separa o serviço da pessoa que o executa, cada recepcionista faz o serviço de uma forma diferente, você não consegue tocar numa diária de um hotel e não consegue estocá-la, caso não seja vendida.

Neste contexto e pensando nos destinos turísticos, vários são os desafios, dos quais destaco o enfrentamento criativo para a sazonalidade, a diversificação da oferta, a profissionalização e a sustentabilidade, em todos os níveis. Sem colocar um véu para mascarar a crise, a criação de eventos fixos para o destino também é uma solução criativa para este enfrentamento: a São Paulo Fashion Week, a Oktoberfest e a Paixão de Cristo foram eventos que começaram pequenos e que hoje atingem um grande número de pessoas, movimentam a economia gerando emprego e renda para estas localidades. Por um outro lado, vemos a economia do turismo que gira toda essa roda com um consumidor cada vez mais ativo que tem famílias com menos crianças, com vidas social/trabalho misturadas na net e outros meios. Para conquistar este cliente, destinos e marcas devem prometer algo pois o turista moderno quer se envolver emocionalmente com o destino. Os eventos citados entregam essa experiência emocional.

Pensando em ferramentas para alavancar o turismo é impossível não pensar nos Conventions Bureaux (CVB’s). Os Conventions são agências de fomento e desenvolvimento, mas dependem “do controle externo, que compreende outras empresas e organizações, cada um com seus próprios interesses e objetivos”. As empresas/organizações têm poder sobre os CVB’s e podem limitar o seu comportamento. Por isso é importante medir e questionar sobre qual o grau de dependência de um CVB? Um Convention saudável tem a capacidade de explorar seus ambientes e obter recursos, ao mesmo tempo, manter uma posição de negociação autônoma. Temos visto algumas alternativas bem sucedidas para os destinos que conseguem diversificar suas ações sem perder o foco, estabelecer laços com outras organizações como um meio de coordenação para obter informações e estabelecer a legitimidade. Construir laços é bom para os negócios, bem como saber dimensionar a dependência com seus stakeholders. Neste sentido, assumir a posição de observador de forma macro, ajuda a entender o gerenciamento de demandas conflitantes e concorrentes, bem como a compreender o ambiente de alta complexidade pelo qual passamos. Ampliando a visão neste ambiente, fica mais claro enxergar as estratégias específicas para gerenciar seus relacionamentos de poder e dependência, e com isso as chances de obter mais competitividade no mercado MICE são mais promissoras. Então, vamos começar?

 

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