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Pandemia exige mudança no perfil e coberturas dos seguros viagem

 

Pandemia trouxe novas exigências e novos produtos

Pandemia trouxe novas exigências e novos produtos

Em tempos de Covid-19, o seguro viagem se tornou um dos itens de maior atenção do consumidor na hora de planejar uma viagem. Até pouco tempo, havia, porém, um obstáculo: uma cláusula universal vedava a cobertura em pandemias. O principal motivo era o fato das seguradoras não conseguirem dimensionar os valores. Passados alguns meses após o início da pandemia, o mercado passou a demandar cobertura para a doença. Os fatores principais eram a ampliar a segurança de quem queria ou precisava viajar e a exigência de alguns países.

Produto antes ignorado por uma parte significativa dos viajantes, o seguro ganhou uma importância muito maior neste momento. As empresas que atuam no Brasil se debruçaram sobre as necessidades e demandas dos clientes e criaram novos produtos. Embora possam parecer semelhantes, a diferenças cruciais e que merecem atenção do agente de viagens – principal distribuidor deste tipo de seguro no País.

O M&E consultou Affinity, Coris, GTA, Universal Assistance (antiga Travel Ace) e Vital Card para entender as características de cada plano e o que foi levado em conta na sua elaboração. As empresas também criaram novos produtos e benefícios no doméstico, uma vez que a procura aumentou nos últimos meses.

COBERTURA PARA COVID-19

Chegada do coronavírus levou seguradoras a incluírem a cobertura em seus produtos

Chegada do coronavírus levou seguradoras a incluírem a cobertura em seus produtos

Em todos os casos, uma das prioridades foi não complicar e instituir produtos mais simples, o que significa uma maior facilidade para os agentes de viagens – que podem comunicar de forma mais clara com os seus clientes.

Affinity – Valéria Pereira, gerente de Vendas da Affinity, explicou que a cobertura da Covid-19 foi incorporada na forma de up grade e pode ser adicionado em qualquer um dos planos já disponíveis. A cobertura vai de US$ 5 mil a US$ 30 mil, além de R$ 150 por dia em caso de internação, mas na forma de reembolso para despesas de atendimento e medicamentos.

Coris – No caso da Coris, conforme explicou a superintendente de Marketing, Thais Mahalem, a cobertura está automaticamente inclusa. A empresa conta com três modalidades, Basic, Max e VIP. No caso dos dois primeiros, a cobertura médica – incluindo a doença causada pelo novo coronavírus – é de US$ 10 mil e para o VIP de US$ 30 mil. Estão inclusas todas as despesas médicas e hospitalares.

GTA – No caso da GTA são três opções de plano – todos já com a Covid-19 inclusa: Basic, Plus e Premium, com coberturas de US$ 5 a US$ 30 mil, conforme a escolha do cliente. Nos planos Plus e Premium está incluso ainda o “capital cash” no valor de US% 150 por dia em caso de internação. No Premium há também o traslado de corpo incluso. No caso do nacional, as coberturas são as mesmas, mas os valores em Real.

Universal Assistance – A cobertura para Covid-19 incluiu despesas médicas e hospitalares por Covid-19 diagnosticado durante viagem, indenização por hospitalização devido diagnóstico de Covid-19 durante viagem, Traslado de corpo devido a morte por Covid-19 durante viagem. Lembrando que atendemos esses casos através de nossa rede credenciada, e não de reembolso. As coberturas chegam a US$ 30 mil para despesas médicas e hospitalares.

Vital Card – A empresa do Grupo Schultz traz a cobertura para Covid-19 como um adicional para as viagens ao exterior. Além de despesas médicas e hospitalares, o produto tem como diferencial, como explicou Rafael Turra, diretor Operacional e de Produtos, quatro coberturas exclusivas: reembolso do valor do Teste Covid-19 caso o resultado seja positivo, prorrogação de estadia em caso de teste positivo e sintomas leves (quando a pessoa precisa apenas de isolamento), custos com interrupção de viagem e remarcação de bilhete aéreo.

DIFERENCIAIS

Uma das novidades de alguns destes planos é o hospital cash. Valéria Pereira, da Affinity explicou que trata-se de uma indenização para quem ficar internado em um hospital de campanha entre dois e 15 dias. “A princípio colocamos isso como reembolso, mas já modificamos e é uma das grandes novidades dos nossos planos”, disse. Outra que oferece esta cobertura é a GTA. “Uma vez internado, ele deixa de usufruir dos serviços contratados com hospedagem, passeios etc e incorporamos a cobertura hospital cash, que tem o objetivo de gerar um crédito de USD 150 por dia quando for viagem internacional e R$ 150 quando for nacional justamente para minimizar as perdas do turista”, complementou Gelson Popazoglo, diretor Comercial da GTA.

No caso da Vital Card, Turra explica que na elaboração do produto eles levaram em conta que 80% das pessoas infectadas pelo novo coronavírus não precisam de internação. Segundo ele, percebeu que deveria ter algo focado nessas pessoas, além da cobertura das despesas médicas e hospitalares. “Lançamos um produto que é único. Quando a Covid-19 for diagnosticada, o médico pode pedir para a pessoa ficar em isolamento. Neste caso, serão reembolsadas as diárias de hotel dos dias a mais que a pessoa precisar ficar, os demais serviços contratados e o aéreo”, explicou.

NACIONAL

Além das exigências de entrada em outros países, a Covid-19 trouxe também outro fenômeno: o aumento da procura por viagens domésticas. Ao mesmo tempo, os seguros eram pouco procurados para este tipo de viagem. Algo que começa a mudar. No caso da Vital Card, Rafael Turra lembrou que a procura cresceu bastante para o nacional, com o diferencial que não há a distinção se o deslocamento é feito de avião, ônibus, carro ou moto.

Para Valéria Pereira, da Affinity, a venda do seguro para viagens nacionais sempre foi um desafio, uma vez que as pessoas sempre pensam no atendimento médico, que pode ser coberto pelo seu plano de saúde, mas esquecem que o produto tem coberturas para extravio de bagagem, cancelamento e outros. O aumento nas viagens domésticas, no entanto, tem ampliado a venda do seguro também.

“Além do crescimento das viagens nacionais por conta do fechamento de fronteiras, sentimos que consumidor ficou mais consciente da importância do seguro viagem mesmo para viagens nacionais”, afirmou Frederico Siri, presidente da Universal Assistance. A participação do doméstico tem aumentado de forma significativa. No caso da GTA, no pré-pandemia, 45% das vendas correspondiam ao nacional. Em novembro, este número foi de 82%. Para a Coris, saltou de 25% para 40%, enquanto na Affinity foi de 15 para 55%.

CAPACITAÇÃO

Mesmo antes da pandemia, a venda do seguro viagem exigia uma boa preparação por parte do agente de viagens. Entender os planos, os riscos e as vantagens é pré-requisito para oferecer o produto correto para cada perfil de cliente. E agora, com todas estas mudanças, fazer esta informação chegar aos agentes de viagens é imprescindível. Há porém, o obstáculo da própria Covid-19 e as restrições para a realização de eventos e reuniões. As empresas de seguro tentam driblar isso para que seus clientes se mantenham capacitados.

“Com a pandemia, criamos em abril deste ano a Academia GTA. Até a data de a primeira semana de dezembro já treinamos mais de 6.500 pessoas. Vamos capacitar os agentes no formato híbrido, com treinamentos virtuais e presenciais, sempre com segurança e seguindo todas as medidas de higiene exigidas pelas autoridades de saúde”, afirmou Popazoglo, da GTA.

A Coris, além da volta das visitas, apostou nas lives e webinários. “Desde o começo da pandemia fizemos um trabalho de conteúdo muito forte com nove webinários para os agentes de viagens e muitos posts no nosso blog”, contou Taís Mahalem. A Affinity instituiu a visita virtual para manter os agentes de viagens informados.

OPERADORAS

As operadoras também se mobilizaram para apresentar seguros com a cobertura para Covid-19 em seus pacotes. A CVC Corp, por exemplo, firmou uma parceria com a Universal Assistance e o novo produto inclui coberturas para Covid-19 em viagens nacionais e internacionais, para diagnósticos, despesas médicas e hospitalares, indenização por hospitalização, entre outros.

Todas as sete marcas do grupo CVC Corp no Brasil – CVC, Submarino Viagens, Visual Turismo, Experimento Intercâmbio Cultural e as consolidadoras RexturAdvance, Esferatur e Trend – começam a oferecer aos seus clientes (agentes de viagens ou consumidores finais) o novo produto que, além das coberturas específicas para a Covid-19, também possuem as demais coberturas existentes no portfólio, por exemplo, de despesas médicas e emergências hospitalares para outras enfermidades, despesas odontológicas e farmacêuticas, atrasos ou danos à bagagem, transmissão de mensagens urgentes, cancelamento de viagem, etc.

A Mondiale by Ancoradouro também lançou um seguro-viagem específico contra a Covid-19, oferecendo cobertura que inclui despesas médicas, indenização por internação, despesas farmacêuticas, entre outros. Segundo a empresa, o objetivo é ampliar a segurança para o cliente que deseja visitar os destinos que estão abertos aos brasileiros.

SEGURO OBRIGATÓRIO

Com a reabertura das fronteiras, muitos países reviram as suas exigências. Muitos passaram a pedir um teste PCR de Covid-19 feito com até 72 horas de antecedência da viagem e outros vão além: exigem que o visitante tenha um seguro viagem que inclua a cobertura de Covid-19. Esta lista de países é dinâmica e muda todos os dias. No entanto, até o fechamento desta matéria, cerca de 40 nações tinham esta exigência, como por exemplo Argentina, Chile, Uruguai e Bahamas.

Os países em azul têm algum tipo de restrição de entrada - mais de 40 exigem seguro com cobertura para Covid-19.png

Os países em azul têm algum tipo de restrição de entrada – mais de 40 exigem seguro com cobertura para Covid-19.png

Segundo a OMT 152 destinos já reduziram restrições a turistas internacionais, implementadas por conta da pandemia de Covid-19, o que corresponde a 70% dos destinos do mundo. Outros 65 destinos ou não tiveram restrições ou ainda não reduziram as restrições implementadas. Os países que autorizaram a entrada de estrangeiros estão adotando diferentes critérios para abertura das fronteiras. Um deles é o teste PCR, exigido por 126 destinos. Deste total, 67 exige o teste negativo como medida principal. Nos outros 59 o teste é apenas uma das medidas exigidas.

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