Luiz Mór diz que Brasil não leva o Turismo a sério

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Durante palestra na sede da CNC, no Rio de Janeiro, o vice presidente da Tap, Luiz Mór fez duras críticas ao Governo no que se refere as políticas de turismo. “A promoção do país no exterior está equivocada e não existe continuidade nos programas. As entidades e pessoas delegam ao Governo o papel de definir ações e políticas quando não deveria ser assim. Até a gestão do ministro Walfrido do Mares Guia e do Eduardo Sanovicz a coisa ainda funcionou mas depois disso foi um desastre. O Brasil não tem sido divulgado como deveria porque o turismo não é importante para o país e a verdade é que não se levou a sério o potencial desta indústria aqui”, admitiu.

Mór também não poupou críticas ao modelo de aviação adotado no país, principalmente em relação a falta de investimentos em infraestrutura e também na política de preços, e chegou a ser irônico. “Nem Jesus Cristo é capaz de resolver os problemas deste setor no país. Temos no país um modelo operacional obsoleto em função da falta de investimentos nos aeroportos. Hoje em dia você leva o mesmo tempo para fazer a Ponte Aérea do que na época do Electra,o que é um absurdo. Na época do ex-presidente da Anac, Milton Zuanazzi já se denunciava o caos dos aeroportos e nada foi feito até recentemente”, lembrou. Ele criticou também a política de impostos e até o fato do Brasil ter optado por realizar a Copa em 12 cidades sede distantes. “Mesmo assim não creio que a Tap tenha interesse em operar no país fazendo cabotagem como chegou a ser sugerido pela Embratur”, adiantou.

O dirigente lembrou que o sistema de abastecimento das aeronaves também é prejudicial já que cada estado tem um preço em função do ICMS e não poupou a política dos estados prejudicada a seu ver pela falta de continuidade. “Você articula um programa e com a mudança governamental tudo é interrompido e não há continuidade. Atualmente apenas alguns estados têm uma política séria como é o caso do Amazonas e do Ceará. Na grande maioria o que se faz é jogo de cena e promessas eleitoreiras. No debate com os conselheiros da CNC ele sugeriu que o setor privado se mobilize para ocupar espaço e reivindicar medidas de fomento ao setor. Sugeriu então o fortalecimento dos Conventions no país.

Planos da Tap
Em relação aos planos da empresa aérea o vice presidente da Tap disse que a prioridade a partir de agora é reforçar os voos nos países da África que não falam a língua portuguesa, nos Estados Unidos e nas cidades secundárias da Europa. Descartou qualquer possibilidade da Tap vir a ter uma empresa low cost. “Apesar de outras empresas aéreas estarem apostando neste segmento não temos intenção de operar neste segmento”, afirmou.

Faturamento e crescimento
Segundo ele, o faturamento da Tap no ano passado foi de US$ 2,6 bilhões e o passivo está em torno de US$ 800 milhões.Nos últimos anos o crescimento foi de 117% e a previsão para este ano é de 4,5%. A Tap atualmente conta com um quadro funcional de 7.500 funcionários.  Já em relação a novas aeronaves, confirmou a vinda para o Brasil dos A-330 para 2014 além da chegada de novos A-320. Segundo ele, 1/3 das aeronaves da Tap são em sistema de leasing. E m relação ao crescimento da companhia lembrou que desde o início de sua gestão e a de Fernando Pinto a Tap cresceu 400% no Brasil e 150% na Europa. “Hoje o Brasil representa 41% da nossa receita, 36,5% da Europa e pelo menos 34,5% dos voos domésticos”, destacou.

Venda da Tap
Mór foi taxativo quanto a intenção do governo português de vender a companhia. “O problema é que não sei vai vender a empresa por qualquer bagatela. Temos hoje uma empresa que está em expansão e com grandes perspectivas para o futuro”. Sobre sua permanência da empresa confirmou que assim que o processo de privatização acontecer ele deixa a vice presidência.

Foco
Para Mór o foco da Tap continua a ser o cliente. “Atualmente temos um percentual de 45% que viajam a lazer e 55% a negócios. Temos o projeto de braços abertos e investido cada vez mais nas redes sociais buscando resolver questões pontuais. Temos uma equipe exclusiva para atender a reclamações e sugestões”.