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“Volta do Seatrade ao país reflete a relevância do setor”, diz Fusaro

Robero Fusaro:
Robero Fusaro: “A concorrência do Brasil é com Oriente Médio, Austrália, Caribe e não com os países vizinhos”

De volta ao Brasil – mas desta vez na capital fluminense – o Seatrade Latin America Cruise Convention, que acontece nos dias 2 e 3 de setembro, no Hotel Sheraton, já desperta a expectativa dos participantes. A convenção que tem como principal objetivo discutir a atuação da indústria do turismo marítimo global – com foco das embarcações nas Américas e, principalmente no Brasil, discute também a relação de infraestrutura e investimentos no setor.

Segundo o presidente da Clia Abremar, Roberto Fusaro, a volta do evento ao país após três anos [em 2011 aconteceu em São Paulo] reflete a importância do mercado brasileiro em comparação a outro internacionais. “A volta do Seatrade ao país é muito positiva. Hoje o Brasil é o principal mercado de cruzeiros na América do Sul”, ressaltou.

Segundo ele, um evento que acontece há mais de 20 anos em mercados como os Estados Unidos [Miami], Mediterrâneo, norte da Europa e Oriente – chegou a América do Sul – em locais como Brasil, Argentina e Chile -, mostrando o potencial do país e da região na recepção e envio de passageiros “O Seatrade é o local ideal para se discutir as rotas, portos, infraestrutura e a política. Mas também, a renovação do mercado como, por exemplo, o desembarque de estrangeiros no Brasil”, comentou.

Fusaro acredita que realização do evento no Rio de Janeiro vai de encontro com a importância do mercado brasileiro para o desenvolvimento da indústria de cruzeiros. “Isso pode até gerar uma retomada do segmento seja em vendas ou na participação de armadoras com mais embarcações nos próximos anos”, pontuou. “A volta é importante independente da cidade onde vai se realizar”, ressaltou.

Mercado – A reunião de entidades, empresas, governo e agentes é de extrema relevância tanto para o crescimento econômico como em postos de trabalho. Fusaro destacou que depois do crescimento acelerado do setor – que aconteceu até 2010 somando 35% de incremento ao setor -, hoje o Brasil experimenta uma queda relacionada a embarcações e transporte de passageiros. “Isso é negativo para o país. Nos últimos quatro anos, o Brasil passou de 20 mil empregos para 15 mil no segmento. Isso está relacionado a diminuição da oferta”, disse.

Além disso, Fusaro destacou que para esta temporada a capacidade está 10% menor em embarcações e receias. “O número de passageiros deve cair cerca de 2% em relação ao ano passado”, afirmou referindo-se ao menor numero de embarcação e ao aumento da oferta de mini cruzeiros. “As armadoras reduzem a oferta, mas existe o aumento de roteiros curtos o que deve manter equiparado o número de passageiros embarcados com a temporada passada”, emendou.

Para ele, a participação da Clia Abremar – como nas outras edições – é pertinente ao momento que vive o segmento no país, que perde passageiros para roteiros internacionais. “A concorrência do Brasil é com Oriente Médio, Austrália, Caribe e não com os países vizinhos como Uruguai, Argentina e Chile. “Vamos discutir como poderemos reagir para que o país volte a crescer neste segmento”, disse.

O executivo ressaltou ainda que os problemas para o crescimento permanecem os mesmos de uma década atrás, quando se discutia sobre infraestrutura e taxas. “O brasileiro gosta de produtos e com a diminuição da oferta no país, ele tem procurado roteiros internacionais. vamos aproveitar o Seatrade e discutir de maneira formal e informalmente esses assuntos pertinentes a indústria de cruzeiros”, finaliza.

Luciano Palumbo

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