Cervejarias artesanais em Minas Gerais, campos de lavanda em Cunha, no interior de São Paulo, vinícolas no Sul do Brasil. Atrações como estas e outras estão presentes em todo o País mas em muitos casos se limitam a explorar apenas a sua atividade fim.
Enquanto em Minas Gerais uma cervejaria artesanal se limita a apenas vender seu produto e ter no máximo um restaurante, na Alemanha, por exemplo, o mesmo produto inclui atividades paralelas como um tour pela fábrica, degustação e venda de souvenir.
O potencial turístico inexplorado de muitas atrações brasileiras foi abordado pelo presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu, em seu painel na BNT Mercosul, realizado na manhã desta quinta-feira (27). Ele apontou o trabalho em desenvolvimento pela Academia de Excelência Braztoa, que visa identificar esses produtos e potencial para serem comercializado além de qualificar os empresários para fazer essa transformação.
“Será que o turismo não traria muito mais marketing para o produto? Isso traria mais vendas a ainda um lucro extra com a exploração do turismo. Mas pra divulgar isso é preciso de humanos que tenha essa expertise. Temos que começar a valorizar o nosso mercado e nossos produtos e tudo o que temos aqui. Com a academia queremos ajudar com o know-how e ajudar pequenos produtores e hoteleiros a desenvolver produtos novos”, afirmou Nedelciu.
O presidente da Braztoa salientou que este é o momento de identificar esses produtos no Brasil, por conta do fortalecimento do mercado doméstico em meio a pandemia de Covid-19. Nedelciu destacou que antes da pandemia apenas 60% das operadoras associadas cotava com produtos nacionais e hoje este número subiu para 100%.
ACADEMIA DE EXCELÊNCIA
Roberto Nedelciu abordou o trabalho da Academia de Excelência Braztoa, que engloba cursos, programas de aprendizagem e projetos de parcerias público-privadas. O projeto tem como objetivo compartilhar tendências, soluções e conhecimento de mercado com líderes, empreendedores, investidores e destinos turísticos por meio de um programa de aprendizagem, tendo como instrutores grandes nomes do setor e especialistas de diversas áreas
O estado do Mato Grosso do Sul foi um dos primeiros a fechar uma parceria com o programa. O estado adquiriu o curso para 80 empresários locais. “Se a gente sair com 80 produtos novos vai ser maravilhoso, se sair com 40 já vai ser ótimo”, ressalta Nedelciu. O programa também já fechou uma parceria com o estado de Minas Gerais.
O executivo finalizou abordando a importância do turismo para uma retomada rápida da economia, com o seu potencial rápido de geração de emprego e renda e a sua capilaridade em outros segmentos. “A capilaridade do turismo é muito grande. Até pouco tempo se falava que o turismo impactava em 53 segmentos e se descobriu recentemente, em um estudo da Fecomércio que são mais de 500 atividades econômicas impactadas”, completou.