
Washington DC testemunhou uma tragédia aérea na noite de quarta-feira (29), quando um jato comercial da American Airlines colidiu com um helicóptero militar Black Hawk durante a aproximação ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan. Ambas as aeronaves caíram nas águas geladas do Rio Potomac, resultando em um saldo devastador de vítimas fatais.
De acordo com a Administração Federal de Aviação (FAA), o jato, um Bombardier CRJ700, operado pela PSA Airlines como voo American Airlines 5342, havia partido de Wichita, Kansas. Ele transportava 60 passageiros e quatro tripulantes. O helicóptero militar envolvido, um Sikorsky H-60, pertencia à Companhia B, do 12º Batalhão de Aviação de Fort Belvoir, na Virgínia, e realizava um voo de treinamento com três soldados a bordo.
A colisão ocorreu por volta das 21h (horário local), 23h no horário de Brasília. Testemunhas relataram ter visto um clarão no céu e faíscas saindo da fuselagem do avião antes do impacto com a água.
Buscas e resgates
As operações de resgate mobilizaram cerca de 300 socorristas em barcos, enfrentando condições adversas, como ventos fortes e temperaturas congelantes. Até o momento, 30 corpos foram recuperados, enquanto equipes de mergulho seguem em busca de desaparecidos.
As autoridades confirmaram a localização de uma das caixas-pretas do avião, que poderá fornecer informações cruciais sobre o que ocorreu nos momentos que antecederam o choque. O helicóptero, segundo os socorristas, está de cabeça para baixo, mas praticamente intacto.
A FAA e o National Transportation Safety Board (NTSB) abriram uma investigação para apurar as causas do acidente, enquanto o FBI auxilia nas respostas iniciais. Especialistas em aviação apontam que as aeronaves militares nos EUA operam com maior liberdade em relação ao espaço aéreo, mas precisam seguir protocolos de prevenção de colisões, algo que será minuciosamente analisado pelos investigadores.
Impacto no tráfego aéreo
Devido ao acidente, 19 voos foram redirecionados para o Aeroporto Internacional Dulles, e o Aeroporto Nacional Ronald Reagan enfrenta paralisação parcial. O presidente da autoridade aeroportuária afirmou que as equipes de resposta continuam em modo de resgate e permanecerão mobilizadas pelas próximas horas.
O que pode ter causado o acidente?
As condições climáticas estão sendo analisadas como um fator possível para a colisão. No momento do impacto, os ventos na região estavam em 26 km/h, com rajadas de até 42 km/h. Embora esses valores estejam dentro dos limites operacionais das aeronaves, ainda existe a possibilidade de o vento cruzado ter dificultado as manobras de aproximação.
A investigação também avaliará a comunicação entre os pilotos e os controladores de tráfego aéreo. Um ex-piloto militar britânico explicou à BBC que aeronaves militares devem sempre priorizar a manobra de evasão. “Havia uma instrução muito clara para o helicóptero evitar o avião comercial. Os investigadores vão apurar por que essa evasão não ocorreu”, afirmou.
Histórico de acidentes aéreos
O último grande acidente aéreo nos Estados Unidos envolvendo uma aeronave comercial ocorreu em 2009, quando um Bombardier Q400 da Colgan Air caiu em Buffalo, Nova York, matando 49 pessoas. O acidente mais recente da American Airlines foi em 2001, quando um Airbus A300 caiu logo após decolar do Aeroporto JFK, em Nova York, resultando na morte de 265 pessoas.