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Pesquisa da Booking.com revela demandas de viajantes neurodivergentes

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Experiências de viagem mais inclusiva (Freepik)

Uma pesquisa recente da Booking.com destaca os desafios enfrentados por viajantes neurodivergentes e mostra como o setor pode agir de forma colaborativa para criar uma experiência mais acessível e acolhedora.

Estima-se que 15% a 20% da população global tenha alguma variação neurológica. O estudo da Booking.com revelou que quase metade (46%) dos viajantes brasileiros neurodivergentes enfrentaram dificuldades ao viajar. Embora alguns aspectos de acessibilidade nas viagens estejam melhorando, apenas 54% deles sentem que o suporte disponível atende às suas necessidades.


Experiência de viagem mais inclusiva –
A pesquisa destaca soluções que os viajantes neurodivergentes do Brasil procuram para tornar suas viagens mais acessíveis, confortáveis e com menos estresse.

  • Planejamento pré-viagem: três em cada quatro (75%) demonstram grande interesse por “simulações de viagem”, ou seja, experiências controladas que permitem aos viajantes se familiarizar com diferentes situações da viagem com antecedência. Isso poderia incentivar mais companhias aéreas a oferecerem simulações de check-in, embarque e ambientação com o voo para os viajantes praticarem sua jornada com antecedência, ou levar atrações turísticas a compartilharem previamente informações sobre momentos de maior intensidade sensorial — como o uso de luzes estroboscópicas — antes da chegada dos visitantes.
  • Espaços sensoriais: quatro em cada cinco (82%) gostariam de ver mais espaços silenciosos durante as viagens, enquanto 75% manifestam interesse em ter acesso a salas sensoriais onde possam descomprimir e regular seu ambiente. Além disso, um número parecido (79%) dos viajantes neurodivergentes gostaria que hotéis e companhias aéreas oferecessem opções para bloquear ruídos, a fim de reduzir a sobrecarga auditiva. Os hotéis, por exemplo, poderiam começar a oferecer fones com cancelamento de ruído ou máquinas de ruído branco junto com comodidades padrão, como secadores de cabelo e produtos de higiene.
  • Design mais inclusivo: 80% indicam preferência por cabines de aeronaves projetadas com maior atenção ao conforto físico e ao espaço pessoal, e um número parecido (79%) solicita acomodações mais acessíveis e inclusivas, como o fornecimento antecipado da planta dos quartos ou a possibilidade de realizar o check-in sem contato físico.

Capacitação das equipes – Embora a infraestrutura esteja evoluindo para oferecer melhor suporte físico aos viajantes, 81% dos turistas do Brasil neurodivergentes defendem a implementação de programas de treinamento em todo o setor, para capacitar melhor os profissionais para atender às suas necessidades — especialmente quando se trata de viajar para lugares desconhecidos.

Um exemplo é o cordão de girassol, que funciona como um sinal discreto de que a pessoa tem uma deficiência não visível. Essa iniciativa já é reconhecida em mais de 300 aeroportos, em mais de 30 países, e por 18 companhias aéreas ao redor do mundo.

Potencial da inteligência artificial – No Brasil, quatro em cada cinco (80%) demonstram interesse em ferramentas com IA que ofereçam atualizações da viagem em tempo real, auxiliando na gestão de atrasos e mudanças de itinerário com menos estresse. Além disso, 78% veem na inteligência artificial uma aliada para guiá-los por aeroportos e hotéis movimentados, identificando espaços mais tranquilos onde possam se recuperar da sobrecarga sensorial.

“Cada pessoa experimenta o mundo de forma diferente, e esses dados mostram quantas oportunidades temos para compreender melhor as barreiras enfrentadas por viajantes neurodivergentes. Ao dar visibilidade às experiências reais por trás das estatísticas, esperamos inspirar mais colaboração, criatividade e inovação sobre esse tema em todo o setor”, afirma Matthias Schmid, vice-presidente Sênior de Acomodações e patrocinador executivo do B.able, grupo da Booking.com que representa colaboradores com necessidades físicas e neurológicas diversas e seus aliados.