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Temendo recuperação judicial, Ágora e Bradesco BBI mudam recomendação da Azul

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Giulia Jardim

Publicado - 27/05/2025 - 09:15

Aeronave da Azul Linhas Aereas DivulgacaoAzul 2 Temendo recuperação judicial, Ágora e Bradesco BBI mudam recomendação da Azul
Analistas veem risco crescente de reestruturação de dívida e apontam fraca adesão à oferta de ações como sinal de alerta (Divulgação/Azul)

A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI mudaram a recomendação para as ações da Azul (AZUL4) de “compra” para “neutra”, temendo que a empresa precise de uma nova reestruturação de sua dívida, o que poderia levar a empresa a uma Recuperação Judicial.

Os analistas lembram que a oferta de ações da Azul para transformar US$ 275 milhões (R$ 1,6 bilhão) de notas com vencimento em 2029 e 2030 em ações praticamente não teve subscrição ou participação externa, impedindo a Azul de transformar outros US$ 100 milhões em notas.

“Para completar, os resultados da Azul no 1T25 foram mais fracos do que o esperado, com o Lucro antes dos juros, tributos, depreciação e amortização (Ebitda) 2% abaixo do ano anterior, impactado pela desvalorização de 18% do real e por desafios operacionais”, dizem André Ferreira, do Bradesco BBI, e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos, que assinam o relatório em conjunto.

A dupla explica que isso resultou em uma queima de caixa de R$ 313 milhões nas operações e levou a AZUL4 a encerrar o período com uma posição de caixa de R$ 655 milhões — 49% menor em relação ao trimestre anterior. Segundo eles, o fluxo de caixa até o final do ano é restrito, e o que poderia dar algum fôlego à companhia seria um aporte do Governo Federal.

Com isso, os analistas passaram a recomendar posição neutra para a ação da Azul (AZUL4), com novo preço-alvo de R$ 1,30 — valor que considera a conversão de R$ 3 bilhões em dívida a preços de mercado atuais, o que, segundo eles, resultaria em “diluição significativa aos minoritários”.

O novo preço-alvo representa uma potencial alta de 25% em relação ao fechamento da última sexta-feira (23), quando a ação encerrou o pregão a R$ 1,04.

* com informações do Estadão.