
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), criticou a recomendação feita pela embaixada dos Estados Unidos que orienta cidadãos americanos a evitarem quatro regiões administrativas do DF: Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá.
“Acho que eles deram uma declaração sem embasamento. Eu ando por todas essas cidades todos os dias, e a gente não vê falar de sequestro. Até os sequestros relâmpago que existiam no passado desapareceram”, afirmou o governador neste sábado (31).
A recomendação foi publicada em um novo “Aviso de Viagem”, divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA — órgão similar ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O alerta, traduzido para o português, destaca um “indicador de risco de sequestro” e recomenda cautela redobrada durante viagens ao Brasil.
Segundo o documento, essas áreas do DF já estão na lista de locais com restrição desde 2018. A Rodoviária do Plano Piloto, que costumava ser citada, foi retirada na atualização de 2025. Ainda assim, funcionários do governo americano que estiverem no Brasil precisam de autorização especial para circular pelas quatro regiões entre 18h e 6h.
No texto, o governo dos EUA também reforça recomendações para todo o território brasileiro, com destaque para o risco de crimes violentos, como assaltos, sequestros e até agressões com uso de drogas em bares e encontros por aplicativos. “Criminosos visam estrangeiros por meio de aplicativos de namoro ou em bares antes de drogar e roubar suas vítimas”, diz o aviso.
Entre as orientações aos americanos estão:
evitar exibir itens de valor;
manter um plano de emergência;
não pegar ônibus municipais;
evitar favelas, mesmo em passeios guiados.
Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública do DF destacou que os índices de violência caíram drasticamente. “Em 2024, o DF alcançou os melhores indicadores de redução da violência dos últimos 48 anos. A taxa de homicídios registrada foi de 6,8 por 100 mil habitantes, o menor índice desde 1977 — patamar compatível com o de estados norte-americanos”, afirma o órgão.