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Do centro histórico ao Pisco Sour: como foi a imersão dos agentes da Orinter em Lima, veja fotos

Foto de Ana Azevedo

Ana Azevedo

Publicado - 04/06/2025 - 10:22

Famtour da Orinter em Lima, no Peru (Ana Azevedo/M&E)
Famtour da Orinter em Lima, no Peru (Ana Azevedo/M&E)

LIMA (PERU) – Apresentar um destino é sempre um desafio, especialmente quando se trata de um país plural e repleto de arte, cultura, gastronomia e história, como o Peru. Entre os dias 3 e 7 de junho, a Orinter realiza uma imersão diferenciada em Lima para agentes de viagens que mais venderam em 2024.

O grupo chegou na manhã da última terça-feira (3) e iniciou a programação pelo centro histórico da capital. O roteiro incluiu visitas à Plaza Mayor, à Catedral de Lima, ao Museu Convento San Francisco — com passeio pelas catacumbas — e ao Museu Larco. As atividades do dia terminaram com uma visita técnica ao Pullman Lima San Isidro, onde os participantes tiveram uma aula e degustação do tradicional Pisco Sour. Criado na década de 1920 pelo bartender americano Victor Vaughen Morris, que abriu um bar em Lima em 1916, a brbida é o coquetel tradicional do Peru.

Produzido com pisco — aguardente de uvas cultivadas na costa peruana —, limão, clara de ovo, açúcar e bitters, o drinque é reconhecido desde 2004 como patrimônio cultural imaterial do país.O Pisco Sour simboliza a identidade peruana, fruto da mistura entre tradições indígenas e influências estrangeiras, e está no centro de uma disputa histórica com o Chile sobre sua origem.

Plaza Mayor: berço da cidade

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O Palácio do Governo do Peru fica em frente a Plaza Mayor (Ana Azevedo/M&E)

Para mergulhar na história de Lima, o ponto de partida foi o coração da capital peruana, a Plaza Mayor — também conhecida como Plaza de Armas — que é o marco fundacional de Lima. Foi ali que Francisco Pizarro estabeleceu a cidade em 18 de janeiro de 1535, após conquistar o Império Inca. O espaço seguiu o modelo urbano determinado pelas “Leyes de Indias”, normas impostas pela Coroa espanhola para planejar suas colônias. A partir dessa praça, Lima se desenvolveu em quadrantes regulares, distribuindo áreas religiosas, militares e civis.

Durante o período do vice-reinado, a praça serviu como palco para celebrações oficiais, cerimônias religiosas e execuções públicas. Um episódio emblemático ocorreu por volta de 1573, quando foi realizada a primeira queima de uma pessoa acusada de bruxaria nas Américas, conduzida pelo Tribunal do Santo Ofício. No centro do espaço público havia uma picota onde os condenados eram expostos.

Hoje, a praça está cercada por edifícios que simbolizam os poderes coloniais: o Palácio de Governo, sede da presidência; o Palácio Arzobispal, da autoridade religiosa; e o Palácio Municipal. Embora tenha passado por várias reformas, as fachadas preservam características do barroco colonial, com influências neoclássicas e republicanas.

Catedral de Lima

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O interior da Catedral de Lima é ornamentado com ouro (Ana Azevedo/M&E)

A poucos passos da praça, a Catedral de Lima representa mais do que um espaço religioso — é testemunha da resiliência urbana frente aos terremotos que atingiram a cidade. Ordenada por Pizarro em 1535, a construção foi reformada diversas vezes, especialmente após o sismo de 1746, que devastou quase toda a capital.

No interior, as marcas desse passado sísmico são evidentes, com estruturas reforçadas, naves assimétricas e capelas que combinam estilos arquitetônicos variados. Entre os destaques está a cripta atribuída a Pizarro. Por muito tempo, acreditou-se que seus restos estavam sob o altar-mor, até que, em 1977, foram encontrados ossos, uma armadura e uma caveira com indícios compatíveis à execução do conquistador em uma capela lateral.

A catedral abriga ainda capelas dedicadas a santos peruanos e coloniais, com entalhes originais do século XVII. Apesar dos danos causados pelos tremores, o templo mantém seu papel simbólico de unir fé e história na capital.

Convento de San Francisco e as catacumbas

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As catacumbas guardam os restos mortais de mais de 25 mil pessoas (Ana Azevedo/M&E)

A segunda parada foi no Convento de San Francisco, construído entre 1546 e o século XVII, e uma das edificações coloniais mais preservadas da cidade. Seu estilo barroco limeño é identificado pelas torres robustas, corredores internos e altares em madeira dourada. No entanto, o principal atrativo fica no subsolo: as catacumbas.

Funcionando como cemitério até o início do século XIX, o espaço subterrâneo abriga os restos de aproximadamente 25 mil pessoas, organizados em padrões geométricos — círculos, fileiras e espirais — que atendem tanto a aspectos práticos, como ventilação e circulação, quanto estéticos.

Lendas locais mencionam túneis secretos que ligariam o convento ao Palácio de Governo e outras construções coloniais, configurando uma suposta rede de comunicação ou rota de fuga. Apesar da ampla divulgação dessas histórias, não há comprovação arqueológica recente.

Museu Larco: história milenar

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Símbolos de poder, esses ornamentos auriculares da Cultura Moche (1 DC – 800 DC) indicavam o status das elites andinas (Ana Azevedo/M&E)

Já ao anoitecer, a famtour da Orinter e dirigiu ao Museu Larco. Fundado em 1926 pelo arqueólogo Rafael Larco Hoyle, o espaço está instalado em uma mansão do século XVIII construída sobre vestígios pré-colombianos da cultura Lima, do século VII. A sobreposição histórica é simbólica, representando civilizações construídas sobre outras durante a colonização.

O acervo reúne cerca de 45 mil objetos arqueológicos de culturas como Moche, Nazca, Chavín, Chimú e Paracas, abrangendo mais de cinco mil anos. Um destaque é a galeria de cerâmicas eróticas dos Moche, cuja sexualidade tinha função ritual e educativa, desafiando interpretações morais contemporâneas.

Outro diferencial é o acesso público aos depósitos do museu, onde peças em estudo ou não expostas ficam à mostra — prática ainda incomum na América Latina. Os jardins do local, com flora nativa, oferecem um espaço tranquilo para contemplação na metrópole.

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Hotelaria

Pullman Lima San Isidro: hospedagem e estrutura

A programação do dia foi concluída com uma visita técnica no hotel Pullman Lima San Isidro, onde a famtour da Orinter está hospedada. O empreendimento está localizado no distrito de San Isidro — principal polo financeiro e corporativo da cidade. A região é reconhecida pela segurança, proximidade ao Parque El Olivar e fácil acesso ao centro histórico.

O estabelecimento conta com 250 quartos distribuídos em nove andares, que variam entre acomodações superiores e suítes executivas, algumas adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida. Os quartos dispõem de televisão, minibar, cafeteira, ar-condicionado, cofre e banheiros revestidos em mármore.

A gastronomia local é oferecida no restaurante Residente, que serve pratos peruanos contemporâneos. O café da manhã é servido em formato buffet, e o Lobby Bar oferece uma seleção de coquetéis, incluindo o Pisco Sour.

Para eventos, o hotel dispõe de oito salas de reuniões, um salão privativo e uma área externa com vista para a cidade, todas equipadas com tecnologia audiovisual. Entre as comodidades, estão piscina externa, jacuzzi, sauna, academia 24 horas e estacionamento gratuito. O serviço inclui transporte para o Aeroporto Internacional Jorge Chávez, a cerca de 25 minutos.

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*O M&E viaja com proteção da GTA e apoio da Shift Mobilidade.