
O Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe (ACI-LAC) lançou nesta semana, em Brasília, um programa de mentoria para aeroportos candidatos ao Airport Carbon Accreditation (ACA), única certificação global voltada à gestão de carbono na aviação. A expectativa é de que a nova mentoria acelere a curva de aprendizado dos operadores e contribua para o avanço da agenda climática na aviação latino-americana.
O anúncio ocorreu durante a cerimônia do Prêmio Aeroportos Sustentáveis, promovido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A iniciativa busca facilitar o ingresso de operadores aeroportuários no ACA, com foco na redução de emissões e no cumprimento da meta setorial de zerar emissões líquidas de carbono até 2050.
O modelo prevê que aeroportos já certificados atuem como mentores de até três novos candidatos, oferecendo suporte técnico na estruturação do plano de gestão de carbono, no processo de candidatura e na comunicação dos níveis do programa.
“A mentoria consiste em um suporte ponto a ponto em que os mentores acompanharão os mentorados no ingresso e à medida em que avançam no Airport Carbon Accreditation”, afirmou Filipe Reis, consultor sênior da ACI-LAC no Brasil.
Ele destacou ainda que a proposta busca promover cooperação de longo prazo e fortalecer a capacitação técnica da comunidade aeroportuária da região. Com sete níveis de acreditação, o ACA avalia desde o mapeamento da pegada de carbono até o alinhamento total do ecossistema aeroportuário às metas de neutralidade climática.
O nível 1 exige a identificação e cálculo das emissões anuais; os níveis intermediários tratam de comprovação de reduções, envolvimento de terceiros e compensações por meio de créditos de carbono. O nível 5, o mais elevado, demanda que o aeroporto lidere um processo de engajamento de todo o seu entorno rumo ao Net Zero.
Atualmente, 645 aeroportos em 97 países participam do ACA. Na América Latina e Caribe, são 105, sendo o Brasil o segundo com maior número de certificações: 19 aeroportos. Entre eles, destacam-se Salvador (nível 4+), Florianópolis, Vitória e Macaé (nível 4), além de Brasília (nível 2) e o Rio de Janeiro (nível 3).