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Apesar das polêmicas, tirolesa do Pão de Açúcar promete “ressignificar o turismo no Rio”, garante CEO do Bondinho

Foto de Natalia Strucchi

Natalia Strucchi

Publicado - 17/07/2025 - 11:16

IMG 5965 Apesar das polêmicas, tirolesa do Pão de Açúcar promete "ressignificar o turismo no Rio", garante CEO do Bondinho
Sandro Fernandes, CEO do Bondinho Pão de Açúcar (Natália Strucchi/M&E)

A cidade do Rio de Janeiro está prestes a ganhar mais um atrativo turístico de impacto internacional: a tirolesa do Pão de Açúcar. Prevista para ser inaugurada a médio prazo, a novidade não representa apenas uma nova forma de descer do topo do cartão-postal ao Morro da Urca — é uma iniciativa com potencial para “ressignificar o turismo carioca”, nas palavras de Sandro Fernandes, CEO do Bondinho Pão de Açúcar e do Grupo Iter.

“Quem mais vai se beneficiar com a tirolesa é a cidade do Rio de Janeiro e o estado como um todo”, afirmou Fernandes, durante painel no 7º Congresso Estadual Empresarial de Turismo. Para o executivo, a tirolesa se soma ao portfólio de experiências de alto nível oferecidas pelo parque, sem comprometer a capacidade atual de visitantes — que já opera no limite, com previsão de superar a marca histórica de 2 milhões de pessoas em 2025.

O projeto prevê quatro linhas de tirolesa, em uma descida de 55 metros de extensão, com velocidade máxima de 100 quilômetros por hora (km/h). A duração do percurso será de quase 50 segundos. Até 100 pessoas poderão usar a tirolesa por hora.

Um produto que desperta desejo global

Fernandes ressaltou que, apesar de algumas críticas políticas, a nova atração não vai sobrecarregar o parque. “A pessoa vai ter que subir de qualquer jeito de teleférico, que já opera em sua capacidade máxima. A tirolesa não traz mais fluxo, mas agrega valor à experiência”, explicou.

O CEO aposta que o impacto visual e midiático da nova atração será imediato. “Em uma semana, as fotos vão estar em todos os continentes, falando do Rio de Janeiro. Isso tem um valor incalculável para a imagem da cidade”, declarou, ao comparar o movimento atual com momentos históricos do parque, como a troca dos bondinhos em 1972 e a gravação do filme 007 – Moonraker em 1977.

Impacto econômico e social

Além da visibilidade, Fernandes destaca o potencial da tirolesa para aumentar o tempo de permanência dos turistas na cidade, o que pode gerar reflexos positivos na economia. “Se o visitante fica mais um dia no Rio, ele consome mais, movimenta a cadeia produtiva, gera empregos e contribui para o desenvolvimento econômico e social”, defendeu.

Ele também reforçou o papel do turismo como ferramenta de transformação. “Com mais turismo, a gente vê mais escolas, mais educação, mais saneamento e mais saúde. O turismo educa e traz consciência socioambiental”, afirmou.

Polêmica

Depois de uma série de embates, em junho, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria de votos, manteve a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) que autorizou as obras de construção de tirolesa no Pão de Açúcar.

O colegiado rejeitou recurso do Ministério Público Federal (MPF) contra a empresa Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em que pedia a suspensão das obras, sob argumento de que a obra causa danos a estrutura do morro, ao meio ambiente e privilegia interesses privados.

Um legado de excelência

Com mais de 113 anos de história, o Bondinho Pão de Açúcar segue sendo referência internacional em engenharia e operação turística. O parque acumula mais de 60 milhões de visitantes ao longo de sua trajetória e ostenta índices de excelência, como um NPS (Net Promoter Score) de 78 pontos, indicador que mede a satisfação do visitante. “A média global de excelência começa em 75. Nosso padrão é altíssimo, e somos um dos poucos teleféricos no mundo que operam 365 dias por ano com 99,7% de disponibilidade técnica”, destacou o CEO.

Com a tirolesa, o Bondinho reafirma seu protagonismo e continua inovando em experiências turísticas, sem perder o compromisso com a segurança, a qualidade e o encantamento. “Nosso papel é emocionar e deixar memórias inesquecíveis. É isso que move o Grupo Iter”, finalizou Fernandes.