
“Se o turismo não for inclusivo, não é turismo”. Com essa frase, Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS), resumiu o espírito da participação do estado na LGBT+ Turismo Expo 2025, realizada nesta quinta-feira (24), no Hotel Unique, em São Paulo. Ao lado de representantes do trade e da equipe da fundação, Bruno apresentou os avanços do destino e reforçou o posicionamento de Mato Grosso do Sul como referência em hospitalidade, sustentabilidade e inclusão.
“Quando surgiu esse evento, eu falei: a gente precisa ser o principal apoiador pra de fato se posicionar neste mercado”, explicou. A estratégia vem dando certo. A capacitação promovida pelo estado esgotou as vagas rapidamente. “Deu overbooking. As pessoas não tiveram vaga para participar. Foi o estado todo, foi muito bonito”, contou.
A diversidade de biomas e a infraestrutura colocam o MS entre os melhores destinos para quem busca natureza com organização. “Bonito e Pantanal são os destinos corretos para quem gosta de ecoturismo, mas com um modelo de organização que não existe em outro lugar do Brasil”, disse Bruno.
Os números impressionam: mais de 80% da área do Pantanal no estado está preservada. “O Pantanal tem o tamanho de Portugal e é o bioma mais diverso do planeta, com mais de 650 espécies de aves e 250 espécies de peixes”, destacou. O acesso também é facilitado: “São só 1h20 de voo a partir de Congonhas, Guarulhos ou Campinas. A partir de setembro, teremos voo direto da LATAM para Bonito”, anunciou.
Destino preparado para todos os públicos
Bruno destacou ainda o pioneirismo de Mato Grosso do Sul na criação de políticas públicas para a população LGBT+. “Somos o primeiro estado com uma lei voltada ao público LGBT+, com uma subsecretaria dedicada ao tema, anterior inclusive à política pública de turismo”, ressaltou.
Além disso, o estado se destaca na acessibilidade. “Temos uma lei de turismo acessível e uma coordenadora com deficiência visual que comanda o programa. Isso é lugar de fala real. Estamos nos preparando para lançar rotas do turismo acessível com foco em 60+, jovens e famílias”, afirmou.
No Pantanal e em Bonito, a estrutura é pensada para garantir segurança e exclusividade. “São atrativos com capacidade de carga definida, guias credenciados e sistemas de gestão de segurança”, explicou. “Bonito já foi eleito 17 vezes como o melhor destino de ecoturismo do Brasil”, completou.
A experiência nas fazendas pantaneiras inclui cavalgadas, observação de onças e cruzeiros no Rio Paraguai. “É uma imersão. Você é recebido pelos próprios donos das fazendas, vive como a gente pantaneira, come a nossa comida e entende o valor da conservação”, disse Bruno.
Gastronomia, cultura e segmentação como estratégia
A rota gastronômica pantaneira, criada pelo chef Paulo Machado, é outro destaque. “É uma releitura da cozinha local com influência do Paraguai, da Bolívia, do Líbano e do Japão”, contou Bruno. “Temos a segunda maior população de Okinawa fora do Japão, só perdemos para São Paulo.”
Ao final da apresentação, ele reforçou a importância de olhar para o turismo como ferramenta de transformação. “O turismo tem no seu DNA o deslocamento, a recepção, a hospitalidade. Se não somos inclusivos, não estamos fazendo turismo”, concluiu.