
A menos de dois meses da COP30, apenas 79 dos 198 países convidados reservaram hospedagem em Belém, sede da conferência climática da ONU entre 10 e 21 de novembro de 2025. O alto custo das acomodações tem sido o principal entrave para as delegações, segundo informou nesta quarta-feira a Secretaria Extraordinária para a COP30 da Casa Civil.
Com expectativa de 50 mil participantes, o evento já havia sido questionado por negociadores, que em julho pediram ao governo brasileiro a transferência parcial da conferência para cidades com maior capacidade hoteleira. Em agosto, o Observatório do Clima alertou que a COP30 poderia ser “a mais excludente da história” devido aos preços.
Após reunião com a ONU, a Casa Civil informou que outros 70 países seguem em negociação por hospedagem. Para aliviar a pressão, a organização aumentou de US$ 144 para US$ 197 o subsídio diário destinado a delegados de 144 países em desenvolvimento — cerca de R$ 1.044 na cotação atual.
O governo brasileiro classificou o reajuste como “um avanço para facilitar a participação”, mas afirmou que o valor segue abaixo da média praticada em Belém e não cobre integralmente os custos. O país também sugeriu um suporte econômico adicional exclusivo para esta edição.
Como medida emergencial, o governo criou em agosto um grupo de trabalho para intermediar melhores condições de hospedagem e contratou dois navios de cruzeiro privados, que somam 6 mil leitos. Apesar disso, as embarcações ficarão a 20 quilômetros do centro de negociações.
A conferência foi idealizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Belém, com o objetivo de dar visibilidade à Amazônia, considerada essencial para o enfrentamento da crise climática. Para aliviar a demanda hoteleira, a cúpula de chefes de Estado foi antecipada para 6 e 7 de novembro, mas os preços médios permanecem acima do limite estabelecido pela ONU.