O Estado do Pará não será dividido para a criação dos Estados do Tapajós e de Carajás. Este foi o resultado do plebiscito, realizado neste domingo (11/12), para decidir sobre a divisão do Estado. Com 2.347.736 votos, o que representa um percentual de 66,50% do total computado, o “não” venceu nas urnas. No total, foram 3.582.809 votos em todo o Pará. A abstenção foi 25,71%. Do total apurado, pouco mais de 1% era de votos nulos e 0,4% de brancos. O ‘Sim’ venceu em cidades que seriam capitais de Tapajós e Carajás. Em Santarém, que seria capital do Tapajós, 97,78% queriam a divisão. Em Marabá, que seria sede de Carajás, 93% eram a favor da separação.
Para o governador do Pará, Simão Jatene, a questão da divisão é algo que atinge a esfera federal, o que significa uma rediscussão de responsabilidades, de direitos, de despesas e receitas. “Porque o Estado brasileiro não está conseguindo chegar onde as pessoas estão. Acho que este é um belo momento para o país inteiro refletir sobre isso”, analisou. Para ele, “Se o sentimento das pessoas é genuíno é porque existe sim uma distância e ausência, uma insuficiência do Estado brasileiro para com essas populações, o que está equivocado é o caminho”. Para ele, há dois desafios a serem vencidos: a gestão territorial e a insuficiência de recursos.
Durante a entrevista coletiva para a imprensa, logo após o término da votação, o governador falou sobre o “Pacto pelo Pará. “Espero que a sociedade paraense entenda que o “Pacto pelo Pará” não foi um mote de campanha e sim uma estratégia para que sejamos capazes de nos unir em torno de grandes teses, como por exemplo, para discutir a compensação da Lei Kandir”, disse ele, explicando que desde 2006 existe uma ação que está tramitando no Supremo Tribunal Federal e que pede a compensação ao Pará pela perda dos recursos gerados pela Lei Kandir.
As exportações representam para a economia do país algo em torno de 12% a 13% do Produto Interno Bruto. No Pará, elas representam 35% do PIB. “Também precisamos ter um tipo de atenção para os Grandes Projetos, para que estes sejam importantes para o desenvolvimento brasileiro, mas que sejam também importantes para a qualidade de vida das pessoas que estão aqui. Não dá pra ser bom para o país e não ser para o Estado”, argumentou.
“É importante que todos saibam que o Pará que é cantando em prosa e verso como o segundo maior saldo da balança brasileira, grande produtor de energia, grande produtor de recursos florestais e etc tem uma renda per capita que é metade da média nacional, tem um orçamento por habitante que é o 26º orçamento brasileiro e isso precisa ser rediscutido e é nesse sentido que vejo que a sociedade sai mais madura. É possível a construção de uma estratégia, de um ‘Pacto’ que nos reposicione e ajude a ver a questão da gestão interna”, disse.