Começou ontem (16/12), no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão, o desmonte de três aviões Boeing 727-200 da empresa VarigLog, que se encontra em processo de recuperação judicial. O desmonte deve durar três dias e está sendo feito pela Tap, de Portugal, que tem a concessão para uso da área onde os aviões estão parados há anos.
A operação inaugura, no estado do Rio, o Programa Espaço Livre Aeroportos, da Corregedoria Nacional de Justiça, vinculada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “São mais três que nós conseguimos desmontar por meio de um termo de mediação, firmado por todas as partes envolvidas”, explicou, em entrevista à Agência Brasil, o juiz auxiliar da Corregedoria Marlos Melek, coordenador do programa.
Em janeiro, serão desmontados no Galeão mais sete Boeing 737-200, estes da Varig S/A, cuja falência já foi declarada. Marlos Melek informou que a sucata resultante do desmonte dos aviões será repassada à VarigLog e deverá render cerca de R$ 30 mil por avião, que irão para o caixa da empresa.
No caso da Varig S/A, o lixo que resultar do desmonte será leiloado, “uma vez que tem trabalhadores ainda para receber dinheiro da massa falida da companhia”, destacou o juiz. A sucata deverá ser leiloada também pelo preço de R$ 30 mil por aeronave. Melek observou, porém, que caberá ao perito judicial fixar o valor exato.
Melek estimou que a desmontagem de um avião inteiro, como os da VarigLog, custa em torno de R$ 34 mil. No caso dos aviões que estão sendo desmontados no Rio, não há ônus para o Estado, uma vez que as despesas estão sendo pagas pela Tap. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) será a maior beneficiada pelo projeto. Em Congonhas, serão 170 mil m² devolvidos à estatal, o que corresponde a 10% do pátio de manobras do aeroporto. O juiz informou que a Infraero poderá recuperar os recursos investidos no desmonte, porque o espaço devolvido poderá ser alugado para as companhias de aviação. Ele lembrou que um hangar em Guarulhos foi alugado recentemente por R$ 700 mil mensais e, no Galeão, por R$ 300 mil.