“Como aproveitar as oportunidades do mercado turístico em tempo de rápidas mudanças” é o tema da Conferência Internacional organizada pela OMT, WTTC e Ministério do Turismo da Jordânia, nos dias 5 e 6 de junho.
Mais tempo de permanência e mais ingressos. Isso, como regra geral, é o que buscam destinos turísticos de todas as partes do mundo. E mercado existe: de acordo com a Organização Mundial do Turismo, o segmento turístico vai continuar crescendo nos próximos anos, a despeito das crises econômica e política. Mesmo que esses fatores interfiram no desempenho de determinados países, os números globais são animadores. Ainda segundo a OMT, o fluxo de turistas internacionais em 2012 deve, pela primeira vez, ultrapassar um bilhão.
Alguns indicadores mais específicos apontam que em 2022 o turismo deve corresponder a 10% do PIB no mundo. O dinheiro em circulação proveniente do setor ultrapassará os 10 trilhões de dólares e as atividades turísticas serão responsáveis por um em cada dez postos de trabalho. De acordo com o Secretário Geral da OMT, Taleb Rifai, uma forte característica do segmento turístico, que propicia crescimento mesmo em momentos críticos, é a flexibilidade do setor. Isso não significa que os gestores de turismo, tanto do setor público quanto do privado, não tenham que estar atentos ao movimento do mercado.
Um dos temas que dominou este primeiro dia da conferência foi a necessidade urgente de reavaliar os modelos tradicionais de promoção e comercialização de produtos turísticos. “A grande mudança está no consumidor”, afirma Michael Frenzel, chairman da TUI Travel PLC. Para ele, é este é o momento para se voltar ao que chama de “núcleo”, ou seja, ter um bom produto e saber como promovê-lo e distribuí-lo, e isso passa necessariamente pelas redes sociais. Mark Tanzer, Chief Executive da British Travel Agents Association, completa esta afirmação dizendo que é preciso responder a demandas reais: “os modelos tradicionais de promoção já não surtem tanto efeito. A tecnologia nos permite ir mais além, a um custo mais baixo”. A palavra chave, segundo Tanzer, é combinação.
Os palestrantes deste primeiro dia de evento são unânimes quando afirmam que, além de se adaptar a essa nova realidade, os destinos devem levar em consideração a cultura e as características de cada povo. Entender os costumes e os valores é fundamental para criar modelos eficazes de promoção. Mas não basta saber como comunicar, para atrair o turista.
Para o desenvolvimento de bons produtos turísticos, segundo os especialistas, é fundamental uma análise detalhada do perfil tanto dos consumidores tradicionais, como também de alguns grupos que, na maioria das vezes, não são tão valorizados. Os jovens, por exemplo, podem até não gastar muito quando se considera o valor diário, mas como muitas vezes têm mais flexibilidade, podem passar mais tempo em determinado local, o que no final das contas reflete no volume de dinheiro que deixado no destino. “Os jovens querem ir aonde não vão os turistas tradicionais”, afirma Marcio Favilla, Diretor Executivo de Competitividade, Relações Exteriores e Associações da OMT, “é o tipo de consumidor que, se bem trabalhado, pode representar uma excelente oportunidade de negócios”, completa.
A conferência continua nesta quarta feira com a apresentação do case do país anfitrião.
Patrícia Storni, da Jordânia, especial para o M&E