Os Estados Unidos devem perder cada vez mais participação no mercado de viagens internacionais nos próximos anos. De acordo com dados da Associação de Viagens dos EUA (US Travel Association), o share do país no mercado, que era de 13,7% em 2015, caiu para 11,7% no ano passado e deve reduzir ainda mais até 2022.
De acordo com a entidade, o declínio na participação de mercado global de viagens de longa distância nos últimos quatro anos representou uma perda de 14 milhões de visitantes internacionais e de US$ 59 bilhões em gastos de estrangeiros, além de 120 mil empregos no setor. Para os próximos quatro (2019 a 2022) a estimativa é de um impacto econômico adicional de 41 milhões de visitantes, US$ 180 bilhões em gastos de viajantes internacionais e 266 mil empregos.
Últimos anos
Em 2018, os Estados Unidos alcançaram o maior número de turistas estrangeiros de sua história, com 79,6 milhões, um crescimento de 3,5% na comparação com 2018. No entanto, este aumento não acompanhou os 6% de crescimento em chegadas internacionais no mesmo ano, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT).
Nos dois anos anteriores, os resultados forma os piores da década. Em 2016, houve uma queda de 1,8% em turistas internacionais. Já em 2017, o crescimento foi de apenas 0,7%, fazendo com que os EUA perdessem a segunda posição para a Espanha como país mais visitado por turistas internacionais, ambos atrás da França.
2019
Em 2019 os números apontam queda no número de turistas. De acordo com dados do governo norte-americano, o país acumulou decréscimo no número de turistas internacionais em seis dos cinco primeiros meses do ano, com destaque para março, com queda de 5,9%. O único mês a registrar resultado positivo foi abril, quando as chegadas cresceram 1,9%.
“Todo mundo está se perguntando por quanto tempo a expansão econômica dos EUA pode continuar. E reforçar a nossa participação no mercado de viagens internacionais seria uma ótima maneira de ajudar a continuar. Existem algumas ferramentas na caixa de ferramentas de políticas que ajudarão a consertá-la, e não estamos falando de gastos enormes financiados pelos contribuintes”, disse o VP executivo de Relações Públicas e Política da US Travel Association, Tori Barnes.
Brand USA
Barnes ressalta que uma das medidas necessárias para impulsionar o turismo internacional passa pela renovação do Brand USA. A entidade foi criada em 2009 em resposta às agressivas campanhas de marketing turístico dos países que competem com os EUA pela participação no mercado de viagens.
O órgão foi estabelecido por ume lei de promoção de viagens, que teve suas disposições prorrogadas até 2020 por uma nova lei (Lei de Promoção, Aprimoramento e Modernização de Viagens de 2014). Projetos de lei para a renovação já estão em tramitação na Câmara e no Senado.
O Brand USA é financiado com investimentos do setor privado e taxas turísticas cobradas de visitantes internacionais. Um estudo divulgado no início deste ano mostra que o trabalho da Brand USA atraiu 6,6 milhões de visitantes internacionais para os EUA entre 2013 e 2018, com um retorno de investimento de US$ 28 para cada US$ 1 gasto pela agência em marketing.
Mais medidas
A Associação ainda aponta outras medidas para ampliar o turismo internacional, como a ampliação do Programa de Isenção de Vistos e do programa Global Entry da Alfândega, além da redução dos tempos de espera na alfândega e no processamento de vistos, especialmente em mercados comercialmente importantes, como a China .
“Recuperar nossa participação de mercado não é apenas uma questão de orgulho – é economicamente vital e pode ajudar a sustentar nossa expansão do PIB quando estamos vendo outros ventos contrários no horizonte. Recapturar nossa participação de mercado deve, por todos os direitos, ser uma prioridade nacional ”, explica o vice-presidente executivo de Relações Públicas e Política da US Travel Association .