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Opinião

OPINIÃO – Uma análise de outros mercados e os aprendizados que vêm na bagagem

Por Luciane Leite*

Luciane Leita, diretora da WTM-LA

Luciane Leite, diretora da WTM-LA

Pouco mais de um mês depois de terminada a sétima edição da WTM Latin America – que, aliás, foi um sucesso de público e geração de negócios –, tive a oportunidade de embarcar para dois eventos do portfólio WTM que ocorreram na sequência: o WTM Africa, realizado na Cidade do Cabo, e o Arabian Travel Market (ATM), em Dubai. Em paralelo a ATM, aconteceu o Connect Middle East, India &Africa, um fórum de desenvolvimento de rotas com foco no setor aéreo. Visitar eventos internacionais sempre nos gera bons insights e nesses, não foi diferente.

O olhar apurado de quem, há alguns anos, está à frente do principal evento B2B de turismo da América Latina, me permite enxergar novas possibilidades e oportunidades a serem replicadas. Na WTM Africa, o evento tratou com cuidado o tema que permeia todo o portfólio WTM e que, a cada edição, tem recebido mais atenção: o turismo responsável. O tema se desdobra em ações práticas que vão além do conteúdo disseminado em seminário e da premiação que reconhece as melhores iniciativas no segmento. Ao final da WTM Africa, painéis e banners utilizados no evento são doados para uma associação parceira, que recicla o material e gera renda e trabalho para a comunidade. Um modelo baseado na responsabilidade social, ambiental e econômica que sustentam os pilares do turismo responsável. Para 2020, a iniciativa será viabilizada na WTM Latin America.

Outro bom formato de ação que deve ser inserido na 8º edição do evento latino americano, é o Fórum de Investimentos que abre um canal direto entre investidor e prospect para que bons negócios sejam gerados.
O ATM Dubai, trouxe um primeiro dia voltado também para o público B2C, o Holliday Shopper. O projeto piloto foi bem sucedido, mas requer uma adaptação para o mercado local, como por exemplo, a escolha do espaço a ser realizado que, para ser funcional, precisa ser pensado em uma área de passagem de público, em que o acesso seja mais direto e o encantamento evidente. Além disso, promoções especiais para o evento e para compra direta do público final devem ser atrativos obrigatórios neste formato.

A festivalização, uma das grandes tendências do momento, deixou o evento lindo. A festa de abertura e boas vindas da ATM é um modelo a ser seguido, mas, para colocar em prática é preciso patrocínio.

Os parceiros das arábias investem nesta ação e são muito hospitaleiros. Neste ano, fomos recebidos por um robô interativo e, como pano de fundo, o prédio mais alto do mundo recebia projeções mapeadas, enquanto a música ao vivo entretinha os convidados do coquetel.

A tecnologia inserida no mercado de turismo é um caminho sem volta e, para 2020, o Travel Forward, área já inaugurada em nossa edição da WTM Latin America, será lançada na próxima edição da ATM. O número de expositores de tecnologia voltada para a área de hospitalidade reforça essa necessidade de, cada vez mais, discutir e abrir espaço para troca de conhecimento e tendências do segmento.

Ainda dentro do Arabian Travel Market, foi realizada a primeira edição do Connect Middle East, em que as companhias aéreas são convidadas como buyers do evento. Os aeroportos participam como expositores do encontro, que tem por premissa estabelecer uma conexão direta para apresentar as duas pontas, gerando interesse e aproximando os players para novos negócios. Em junho, a edição anual do evento acontecerá em Cagliari, na Sardenha.

Nas visitas aos pavilhões as novidades surgem, mas o conteúdo qualificado é o que sempre lidera a audiência. Não só àqueles que abordam as tendências de mercado, mas também àqueles que proporcionam o networking, uma ferramenta tão indispensável em qualquer área de atuação.

A realização da ATM fecha o ciclo de eventos do portfólio WTM, que se inicia todos os anos em novembro, com o evento de Londres, segue com a edição Latin America e Africa e finaliza com a ATM.  Participar desses eventos é sempre um momento de reflexão e aprendizado, isso porque é possível se inspirar e avaliar as particularidades de cada mercado, além claro, de abrir portas para prospecção de novos clientes.

O intercâmbio de conhecimento e de mercados é sempre muito rico e promissor, o que agrega na bagagem de viagem muito mais do que pertences pessoais, gera networking, insights e muito aprendizado.

*Luciane Leite é diretora da WTM Latin America

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