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Destinos / Turismo em Dados

Cooperação entre SP e BID reforça meta de crescimento de US$ 50 Bi no turismo do estado até 2026

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo de São Paulo ( Foto: Ana Azevedo/M&E )

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo de São Paulo ( Foto: Ana Azevedo/M&E )

O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Turismo do Estado e em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), anunciou, na última terça-feira (30), a criação de um programa de investimento e um fundo de financiamento no valor total de US$ 300 milhões, que irá beneficiar as regiões do Vale do Ribeira, Litoral Norte e Mantiqueira Paulista com foco no Turismo Sustentável. A iniciativa é resultado da Cooperação Técnica entre as entidades.

Com a aplicação dos projetos nas regiões mencionadas, o Estado de São Paulo prevê a injeção de mais de R$ 50 bilhões na economia, até 2026. É válido destacar, que nos próximos quatro anos, o Plano de Governo tem como perspectiva a criação de 750 mil empregos, sendo 250 mil diretos e 500 mil indiretos, ampliando a estrutura dos destinos turísticos de São Paulo.

Estabelecida em 2020, a Cooperação Técnica teve custo de US$ 250 mil financiado pelo BID a fundo perdido, com o objetivo principal de estabelecer as bases para a implementação de um plano de recuperação e retomada para o setor de turismo, tendo em vista os impactos da pandemia do Covid-19.

Em entrevista exclusiva ao Mercado & Eventos, Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, detalhou os critérios utilizados na elaboração do projeto, bem como a aplicação dos recursos, perspectiva para o impacto no desenvolvimento do setor e economia.

M&E – Como foi definido o valor de US$ 300 milhões para o fundo do turismo, por que essa soma e como será aplicada?

Lummertz – Foi definido em conjunto com o BID, de acordo com critérios técnicos do Banco e das necessidades do Estado de São Paulo. Os recursos serão utilizados em um programa de turismo sustentável no Estado de São Paulo para estruturação dos produtos turísticos, marketing e posicionamento de mercado, fomento à inovação, sustentabilidade e fortalecimento da governança turística, gestão socioambiental e apoio e financiamento à cadeia produtiva do turismo.

M&E – Já há projetos desenhados para beneficiar as regiões do Vale do Ribeira, Litoral Norte e Mantiqueira Paulista? Como se desenvolverão e quais os prazos para entrarem em vigor?

Lummertz – Algumas iniciativas já estão definidas, como intervenções nas rotas cênicas das três regiões e melhorias de acesso aos atrativos turísticos. Após a aprovação do fundo na Secretaria do Tesouro Nacional, existe a fase de detalhamento de todas as ações e definição final de todos os projetos.

M&E – A respeito da pesquisa de perfil do consumidor, que delimitou as personas: aventureiro, ecopraiano, família relax, curioso relax e explorador, houve surpresa na constatação?

Lummertz – No caso das estratégias de comunicação, o estudo buscou entender as mudanças e tendências do setor para identificar o foco mais apropriado para divulgar os ativos turísticos do Estado. O projeto foi realizado em seis etapas e, por fim, foram estabelecidas estratégias dirigidas para os cinco tipos de personas criadas, voltadas aos perfis aventureiro, ecopraiano, família relax, curioso relax e explorador. Não é possível falar em surpresa, pois não havia um conceito predefinido para cada perfil.

M&E – Seria a sustentabilidade a nova força motriz do Turismo?

Lummertz – A sustentabilidade é essencial para o desenvolvimento do turismo. É preciso preservar para desenvolver o turismo. O projeto piloto no Litoral Norte de São Paulo buscou desenvolver um sistema de monitoramento de indicadores de gestão sustentável do setor. Foram selecionados 78 indicadores, divididos entre 14 critérios.

O sistema piloto foi testado com sucesso no Litoral Norte e resultou em um diagnóstico completo da sustentabilidade do turismo na região, incorporando aspectos como governança, satisfação local, gestão de água e energia, saneamento básico, ações climáticas, entre outros. Os resultados mostram que o sistema pode ser implantado nas demais regiões do Estado.

M&E – O que é necessário para atender com qualidade esses perfis?

Lummertz – Uma grande campanha de promoção na mídia nacional e internacional. É necessário fazer esses destinos conhecidos para poder atrair mais visitantes. Temos previstos US$ 24 milhões para essa função. Na nossa gestão, já promovemos uma grande campanha com o programa SP pra Todos e a criação dos Place Brandings.

M&E – Qual o impacto das eleições na viabilidade da aplicação do projeto elaborado entre a Setur e o BID?

Lummertz – É uma iniciativa que conta com todo o apoio do governador Rodrigo Garcia, que vê o Turismo como eixo central da agenda econômica do Estado. Nos próximos quatro anos, o plano de governo prevê a criação de 750 mil empregos, sendo 250 mil diretos e 500 mil indiretos. Este programa ampliará a estrutura dos destinos turísticos de São Paulo.

M&E – Qual o potencial turístico e como o setor vê o estado em cinco anos?

Lummertz – Com a estruturação de destinos e produtos turísticos e um melhor ambiente para investir em hotéis, resorts, estruturas náuticas, parques temáticos e distritos turísticos, haverá uma expansão de mais de R$ 50 bilhões na economia de São Paulo até 2026. Esse investimento beneficia a economia como um todo. Com ele, haverá uma alta na demanda e aceleração do Turismo.

O turismo no Estado de São Paulo será impulsionado com a ampliação de crédito, incentivos, organização regional, aumento do repasse para municípios turísticos investirem em infraestrutura. O desenvolvimento do setor é uma decisão política de São Paulo, ocupa uma posição central na estrutura econômica e social do Estado. Não temos como nos afastar dessa rota.

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