
Um dos destinos turísticos mineiros mais promissores se apresenta agora para todo o país. Delfim Moreira, situado na Serra da Mantiqueira, mostra seus encantos já na rodovia de acesso, a JK Oliveira, desde os primeiros quilômetros de ladeira acima – uma experiência visual rica, marcada pela imponência das montanhas, a exuberância da Mata Atlântica e as vistas panorâmicas reveladas a cada curva. Esse cartão-postal de araucárias por todo lado dá as boas-vindas aos turistas e visitantes em busca de tranquilidade e contato com a natureza.
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A pequena Delfim Moreira, com quase 8 mil habitantes, está a 1.200 metros de altitude (variando até os 2.080 m nos bairros rurais mais altos) integra a região da Estrada Real e do circuito turístico Caminhos da Mantiqueira. Sua localização geográfica é perfeita, situada a 478 km da capital mineira, Belo Horizonte, 230 km de São Paulo e 280 km do Rio de Janeiro.
De clima muito agradável, o município é rico em vales e cachoeiras mas, agora no inverno, também é conhecido pelas fortes geadas e suas baixas temperaturas – chegando a registrar -10°C em 2021 – que colocam Delfim Moreira como um forte destino turístico de invero.
“Estamos dando um pontapé inicial. Delfim tem um potencial muito grande no turismo. Hoje, as pessoas que vem aqui buscam um turismo de experiência, querem realmente viver a realidade do destino, tirar o leite do pé da vaca diretamente, colher verduras, legumes, frutas. O turismo de experiência está em um grande momento sim, e estamos trabalhando nesse sentido, também por conta de nossa ótima localização, com Beagá, Rio e São Paulo tão próximos e bem acessíveis por boas estradas”, conta a secretária de Turismo, Cultura, Esporte e Laser, Taynara Ribeiro Murad.
“Delfim Moreira é a segunda cidade no mundo a explorar a produção de azeites biodinâmicos na Fazenda Verde Oliva”
E as experiências não são poucas, a começar pelo que realmente interessa quando o assunto lida com o paladar e sabores. Delfim Moreira, o portal gastronômico da Mantiqueira é cercado de fazendas de leite e sítios de produção orgânica e agricultura familiar. Os atrativos gastronômicos da cidade são muitos e podem ser encontrados onde menos se espera, como o restaurante Santa Clara, em plena zona rural, ou no Hotel Serra Bonita (@hotelserrabonita), uma verdadeira experiência de sabores mineiros.
Mas, ainda vale lembrar do pioneirismo da cidade serrana em azeites orgânicos (e agora também biodinâmico: o 2º do mundo produzido na Fazenda Verde Oliva (@fazendaverdeoliva) – também explorados pela vizinha Maria da Fé (43km de estrada sinuosa), e a produção de queijos variados e premiados, incluindo os de leite de cabra da Fazenda Paineiras (@paineirasfazenda).
No quesito ‘comer bem’ e variado, não se pode esquecer das origens do então município de Delfim Moreira, com destaque para a receita da “Sopa de Marmelo”, uma iguaria exclusiva, registrada pelo Patrimônio Histórico como bem imaterial da cidade, e atração principal da Festa do Marmelo, realizada anualmente em abril.

Serra Bonita – No hotel experiências surpreendentes envolvem gastronomia mineira servida em uma charmosa casinha de pau a pique, com decoração típica de antigos armazéns da roça. As delícias mineiras com toda sorte de quitutes te esperam no fogão a lenha. As sobremesas são atrações à parte, incluindo o marmelo, a protagonista dos doces que o restaurante serve como forma de valorizar a fruta tão presente na história do município.
Por outro lado, a queijaria Serra Bonita em poucos mais de dois anos de produção já é orgulho de Delfim. No 3° Mundial do Queijo Brasil 2024 realizado em São Paulo reunindo mais de dois mil produtores de 16 países, o queijo parmesão da Serra Bonita alcançou o super ouro.
Ainda dentro da tradição mineira da boa cozinha, não deixe de conhecer, ou melhor, experimentar o melhor da carta caseira do Restaurante Santa Clara, na zona rural de Delfim, próximo ao fogão de lenha ou no mirante ao lado construído pelo casal Alexandre Nunes e Josélia Lemes de Oliveira com vista panorâmica para o vale e montanhas sem fim da Mantiqueira.

Fazenda Paineiras – Fazer um tour rural, acompanhar a produção de queijo de cabra e, no final uma degustação seguida de um super almoço na fazenda é a proposta do casal Clara Oliva Antoniazzi e Fernando Mendonça Meyer, da Fazenda Paineiras. Essa experiência fantástica está ao alcance de todos, aqui no Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira.
“Hoje a gente faz essa experiência duas vezes por semestre. Abrimos a fazenda para fazer uma oficina de queijo. A ideia é que as pessoas ponham a mão na massa mesmo e aprendam a fazer o queijo. Também incluímos um tour contando um pouco sobre o nosso manejo e, depois abrimos a casa para um almoço bem caseiro, com produtos locais sem agrotóxico”, conta Clara.
Basicamente nosso foco é a produção de quatro variedades de queijos – o frescal Capro, o Chorinha, de massa semi-cozida com casca (Geotrichum candidum) de média maturação, o Parreirinha também de casca florida, e o Marins, parmesão mais duro maturado por quatro meses.
A produção ainda é pequena e depende da época do ano. No verão, o rebanho de cabras mestiças (mais resistentes e apropriadas às condições de Delfim Moreira) da Paineiras chega a 600 litros de leite/mês.
“Na verdade, associamos nosso trabalho de produção queijeira à nova tendência de viagens, turismo pós-pandemia. As pessoas buscam espaços abertos, contato com a natureza e experiências que lhes tragam valor. Estamos no caminho certo”, avalia Fernando.

Espaço Sathiri – Quando o tema é natureza, desaceleração da vida corrida e descompressão da rotina diária, nada melhor que um ‘Banho de Floresta’, sim, essa é a proposta do Espaço Sathiri para alcançar um bem-estar integral, de reconexão com a Mãe Terra e fomentar o desejo de conservação.
A experiência realizada pelo casal Michele Mendes e Ângelo Amarante em um espaço de 27 hectares, com 80% de mata preservada, a 1450 metros de altitude e, no topo, chega aos 1730 metros, de muito ar puro, três nascentes e oito trilhas estruturadas e preparadas para o ‘Banho de Floresta’, com três/quatro horas de duração.
“Semear uma vida mais conectada com a natureza é a proposta do Sathire baseada em três pilares: bem-estar, saúde integral meio ambiente”, explica Michele. O ‘banho’ não tem limites de idade, podendo ser realizado desde os 5 aos 90 anos de idade, tudo em seu ritmo e tempo.
A maior parte da experiência acontece dentro da floresta passando por trilhas até chegar ao Jardim Sensorial, ser ungido com óleo de aterramento e chegar ao Caminho Sensorial com os olhos vendados. A caminhada às cegas e descalço em diferentes subsolos revelam sensações, estímulos e memórias afetivas em conexão com a natureza.
A experiência termina em um ateliê ao ar livre onde os participantes pintam as sensações e vivências do “Banho de Floresta” e, no final levam de lembrança a obra de arte resultante desse momento singular, introspectivo e mágico. “Esse final é um momento terapêutico emocionante de desconexão e descompressão. Um novo olhar para o que esperar da vida”, finaliza.

Verde Oliva – Um passeio guiado pelos olivais da Verde Oliva mostra as curiosidades sobre o cultivo e as particularidades desse azeite biodinâmico, que envolvem energias cósmicas e calendário astronômico. O tour conduzido pelo proprietário Luíz Yamaguti termina no alto de uma colina com uma degustação criativa e inusitada do óleo extravirgem.
A partir da biodinâmica, a Verde Oliva utiliza o calendário astronômico porque entende que a produção das oliveiras – e tantas outras culturas – nada mais é um ciclo que envolve o universo, a propriedade, a vida. E, esse ciclo regido pelo calendário lunar, determina tanto a dinamização de preparados de ossos e calcáreos como a mistura correta e uniforme e a pulverização uma vez a cada seis meses das lavouras.
A biodinâmica traz energia do cosmos para a terra, que é é passada às plantas e raízes com resultados de crescimento e produção surpreendentes. Na Verde Oliva tudo é gerado a partir da biodinâmica, desde as mudas de oliveiras até as azeitonas colhidas e processadas no lagar da fazenda.
A produção/ano de azeite extravirgem biodinâmico chega a 2 mil litros de um blend mais harmonizado, mais equilibrado e mais balanceado resultante de variedades distribuídas nos 3.500 pés de oliveira da fazenda.

Fazenda Boa Esperança – Samara Pineschi e Emmanuel Cabral tocam o hotel fazenda no alto dos 1500 metros de altitude e chegando até 1800 metros na Mantiqueira. Com 211 hectares de mata nativa preservada esse paraíso para quem gosta de 4×4, jipeiros, motociclistas e aventureiros faz divisa com Campos do Jordão (SP). Atualmente o Boa Esperança é um dos pontos turísticos mais visitados de Delfim Moreira, onde mais de 500 pessoas vindas em sua maioria de São Paulo circulam nos finais de semana.
Não à toa, Mantiqueira significa “Serra de Chora”, uma vez que as sete cachoeiras da Boa Esperança confirmam também a abundância e beleza dessas quedas d’água, a começar pela Formosa, a mais espetacular, com 70 metros de altura, Esmeralda e Cachoeira das Tias, seguidas pela belíssima Boa Esperança, que dá nome ao espaço, Poço Lindo, das Bicas e Maravilhosa.
O hotel conta com 9 chalés, mas também trabalha com sistema de day inclusive – taxa de visitação, R$ 25/dia por pessoa entre as 10h e 18h sábados, domingos e feriados. Um dos pontos fortes é a gastronomia.
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(Rafael Torres/M&E)
O M&E viaja com proteção GTA