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Opinião

EDITORIAL – Liberação dos cruzeiros: uma demora que custa caro

No ano passado a temporada de cruzeiros marítimos injetou US$ 2,24 bilhões na economia brasileira. Ao todo, 470 mil cruzeiristas embarcaram em um navio na nossa costa no último verão. O número poderia ser ainda um pouco maior, porque o início da pandemia também significou o fim precoce da temporada. Na ocasião, algo necessário – uma vez que estávamos ainda sem saber como lidar com esta nova doença e, ao mesmo tempo, vendo o sistema de saúde de diversos países entrarem em colapso.

Passaram-se praticamente três trimestres e estamos novamente as vésperas de mais uma temporada. A situação agora, no entanto, é muito diferente da enfrentada em março e abril – quando alguns navios encerram antes suas temporadas por aqui. A curva de mortes e infectados em todo o País está caindo. Em algumas semanas com mais intensidade e em outras com menos. Mas é inegável que os números estão caindo.

Por outro lado, conhecemos muito melhor como a doença e o vírus se comporta. O que permitiu a criação de protocolos para que a vida fosse voltando ao normal aos poucos. Hoje o uso de máscara e a constante higienização das mãos ajudam a diminuir os riscos. Com base nisso, toda a cadeia do turismo, incluindo aviação, hotelaria, cruzeiros marítimos, entre outros, criaram protocolos e regras robustas, que permitiram a volta gradual das viagens.

A indústria dos cruzeiros já navega em diversos lugares do mundo e com resultados surpreendentes. A Clia e as armadoras construíram protocolos muito robustos, que inclui, inclusive, a testagem de absolutamente todos os passageiros e tripulantes. Com isso, cria-se uma bolha, fazendo com que todos a bordo fiquem mais seguros.

Um segmento que rende tantas vendas aos agentes de viagens e traz tantos retornos para a economia está ameaçado. A demora dos órgãos regulatórios brasileiros em liberar os cruzeiros beira o surreal. Se resorts e hotéis – que têm estruturas muito parecidas – estão funcionando, qual é o problema com os cruzeiros? Para dirimir qualquer dúvida, eles ainda se comprometem a testar todo mundo.

Tal morosidade gera uma incerteza muito grande no mercado. O consumidor deixa de comprar por não saber se irá embarcar, o que gera uma reação em cadeia. Os navios que estão fazendo seus roteiros na Europa, como o Grandiosa, por exemplo, demonstraram a segurança de todo o processo. O que mais falta para que eles sejam liberados no Brasil?

O setor parou quando foi necessário. Mas agora, está pronto para voltar a gerar renda e emprego em todo o Brasil com toda a segurança que a atividade exige. Basta os órgãos regulatórios cumprirem o seu papel e validarem, enfim, o que já é realidade em diversas partes do mundo.

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