GRAMADO – Antes da abertura oficial do Festuris 2024, em Gramado, Marcelo Freixo, presidente da Embratur, conversou com exclusividade ao M&E, para falar sobre as conquistas e desafios do ano de 2024 para a agência. Freixo fez um balanço do ano, celebrou os recordes de arrecadação e entrada de turistas estrangeiros, destacou também a implementação de políticas públicas estratégicas e afirmou que teremos um 2025 como nunca tivemos para o setor de turismo.
Freixo também pontuou os principais desafios de 2024, como o fortalecimento da presença do Brasil em feiras internacionais, e a importância de recursos orçamentários mais robustos, ressaltando os esforços para garantir um orçamento maior junto ao Congresso Nacional, o que, segundo ele, permitirá à Embratur consolidar projetos de grande impacto para o próximo ano. Confira abaixo a entrevista com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
M&E – Aproveitando que estamos nos aproximando do final do ano, eu queria começar pedindo que você faça um balanço do trabalho da Embratur em 2024.
Marcelo Freixo – Para nós, o ano ainda não acabou. Estamos aqui no Festuris, da WTM Londres e temos mais duas feiras pela frente. O final de ano é quando organizamos também nossas ações para o ano seguinte então tem muito a se fazer ainda. Mas estamos terminando o ano muito animados, com uma expectativa de novo recorde de arrecadação. Em 2023, batemos o recorde e tudo indica que faremos o mesmo em 2024. De janeiro a agosto, arrecadamos 4,4 bilhões de dólares em 2023, e 4,8 bilhões de dólares em 2024. Setembro também foi o melhor de todos os tempos, tanto em receita quanto em entrada de estrangeiros. A perspectiva é que, em outubro, novembro e dezembro, o recorde seja novamente superado, não apenas em receita, mas também em número de turistas estrangeiros. Não posso cravar que vamos bater a tão esperada meta de 7 milhões de turistas estrangeiros, mas estamos muito próximos deste número. Isso é um grande feito deste ano.
M&E – Quais os maiores acertos deste ano?
Marcelo Freixo – Eu acho que o bom desse diagnóstico que você me pede é que pela primeira vez, acredito que conseguimos transformar o momento em uma tendência, acertando muito nas políticas públicas e ajustando nossa equipe internamente. As feiras que participamos e as avaliações realizadas nos ajudaram muito. Acertamos em quais feiras participar e principalmente em quais não participar, com este olhar mais técnico, baseado em dados. A gente teve a coragem de fazer uma leitura de avaliação de 2023 para 2024 mais profunda, com resultados, com metas, então acho que isso melhorou muito. Eu acho que tudo que a gente pensou que a gente podia fazer no primeiro ano, a gente fez em partes e terminou de fazer o que faltava esse ano. Então se a gente chegar no final do ano com a expectativa que a gente tem, é pra comemorar e aí é pra ter um 2025 como a gente nunca teve. E em 2026, eu posso me despedir, agradecendo todo mundo.
M&E – Uma conquista importante desse ano, que vale a pena ser destacada, foi a Lei Geral do Turismo. Quais serão as pautas prioritárias do setor para 2025?
Marcelo Freixo – Ainda temos que aprofundar esse tema, ficamos devendo uma melhoria para o agenciamento, então devemos, como setor trabalhar em cima disso. Como Embratur, vamos continuar a consolidar políticas como o afroturismo, que foi acho que um dos nossos maiores acertos deste ano – foi uma aposta que fizemos que tem dado certo, e o audiovisual, aproximando o turismo brasileiro do cinema. Estamos planejando uma reunião com a Ancine e o Ministério da Cultura para discutir a criação de uma Film Commission brasileira.
M&E – Dá última vez que falamos, você afirmou que o maior desafio da Embratur sempre é o orçamento. E como está o orçamento para 2025? Houve avanços em relação ao ano passado? Onde serão concentrados os maiores esforços orçamentários?
Marcelo Freixo – Temos o contrato com o Sebrae, que viabiliza nossas participações nas feiras, presstrips, e famtours – e segue para o próximo ano, e nós conseguimos garantir já também um orçamento de 150 milhões no governo. Mas isso ainda é muito pouco. A nossa meta é ampliá-lo junto ao Congresso Nacional. No ano passado, trabalhamos com 200 milhões, e queremos mais que isso para 2025, o que nos dará mais tranquilidade para executar projetos importantes, como as feiras e campanhas internacionais.
*O M&E viaja com apoio da Shift Mobilidade Corporativa e proteção GTA