
Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser eleito presidente da República Federativa do Brasil, neste domingo (30), com pouco mais de 50,8% (mais de 60 milhões de votos). Será o terceiro mandato de Lula como presidente, que agora comandará o país de 2023 a 2026, derrotando o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Messias Bolsonaro. Com isso, Luiz Inácio se tornará o 39º presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2023.
Recentemente, o M&E entrevistou os dois candidatos para saber justamente seus planos e suas propostas para o Turismo. De acordo com Luiz Inácio Lula da Silva, o turismo precisa voltar a crescer e as pessoas, a viajar e conhecer o Brasil.
“Desta vez, vamos fazer mais e melhor, resgatando bons programas e reconstruindo o turismo com agendas contemporâneas, como desenvolvimento sustentável, combate ao desemprego, às desigualdades, e com estímulos a pesquisa, inovação e novas experiências para a transformação do turismo nas regiões brasileiras, valorizando nossa cultura, nosso patrimônio histórico, nossa biodiversidade e nos vários e segmentos deste mercado”, disse o presidente eleito.
Segundo Lula, é preciso criar condições para as pessoas voltarem a viajar e conhecerem o Brasil. Para isso, as medidas prioritárias, de acordo com o presidente eleito serão:
- Retomar a capacidade de consumo dos brasileiros, por meio de programas de geração de emprego e renda, e de um efetivo aumento real do salário mínimo; Retorno de programas como, por exemplo, o Viaja Mais Melhor Idade, para reforçar nosso mercado interno nos períodos de baixa estação;
- Revisar e modernizar a política nacional de turismo, com foco em eliminar os gargalos que geram custos diferentes entre os segmentos de transportes e de hospitalidade no país, muito mais caros aqui em relação ao resto do mundo, e incluir a agenda contemporânea, como sustentabilidade e inovação;
- E reorganizar as políticas de promoção e marketing doméstico e internacional, em que o Brasil já foi muito eficiente.
As 13 ações estratégicas para o Turismo
Em entrevista exclusiva ao M&E, Lula se comprometeu em fazer mais e melhor nos próximos quatro anos. “Nossas diretrizes para os próximos quatro anos estão fundamentadas nas pessoas, no desenvolvimento sustentável e na inovação”, disse ele, que elencou ainda as 13 ações estratégicas que irão nortear o seu governo quando o assunto for Turismo!
1. Construir uma nova política nacional de turismo centrada no desenvolvimento das pessoas e do país, a partir da modernização da legislação vigente e da organização de um novo Plano Nacional de Turismo Sustentável, alinhado à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, assentado em mecanismos de gestão inteligente, dados confiáveis e conectado com as boas práticas em turismo no mundo.
2. Redesenhar o planejamento turístico para o curto, médio e longo prazos, restabelecendo as prioridades a partir dos desafios da década e incorporando a flexibilidade que mecanismos institucionais precisam para acompanhar as constantes transformações do turismo e das viagens no mundo.
3. Ampliar oportunidades de qualificação profissional, trabalho e renda para milhões de brasileiros, de todas as origens, cores, credos e orientações, observando a igualdade de gêneros. Promover o empreendedorismo e a empregabilidade a partir da capacitação e da qualificação contínua de talentos, nas áreas prioritárias para a reconstrução do turismo brasileiro e a partir do conhecimento desenvolvido em centros de pesquisas, organizações científicas, instituições de ensino técnico e superior e de representação de classe e organizações, públicas e privadas, em âmbitos científico, técnico, empreendedor e artístico.
4. Promover inovação a partir da valorização do conhecimento, das práticas de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, com foco na recuperação da competitividade e na transformação digital do turismo brasileiro. Parcerias público-privadas e aproximação de políticas públicas e de negócios do turismo a hubs de pesquisa e inovação, como parques tecnológicos e centros de pesquisa, para integração de saberes e de tecnologias rumo à inovação em todas as frentes.
5. Articular um orçamento capaz de atender aos principais programas estruturados no plano de desenvolvimento turístico.
6. Melhorar e expandir a infraestrutura e os equipamentos que viabilizem a acessibilidade e a conectividade no país.
7. Desenvolver mecanismos para gestão pública pautados em dados confiáveis e informações coletadas por meio de tecnologias como big data e inteligência artificial, para constante monitoramento da atividade e apoio às decisões qualificadas em políticas públicas, inclusive para promoção internacional.
8. Criar políticas, incentivos e investimentos em planos de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas, buscando reduzir riscos e otimizar oportunidades na transição rumo à economia de carbono neutro, como aprimorar mecanismos de crédito de carbono e engajar o turismo brasileiro nos compromissos internacionais assumidos, como o Acordo de Paris.
9. Fomentar e facilitar acesso a linhas de crédito e microcrédito para empreendedores de transporte, hospitalidade, gastronomia, eventos, operadores, distribuidores e demais setores ligados ao turismo de todos os portes no país, especialmente aos MEIs e às micro e pequenas empresas.
10. Recuperar a competitividade do turismo brasileiro mediante atuais padrões internacionais, colocando o país em posições de destino líder na América Latina, entre os maiores receptores de eventos internacionais e resgatar a liderança mundial nas áreas de patrimônio histórico, cultural e natural.
11. Reestruturar o Ministério do Turismo, atualizando e organizando sua gestão para que possa cumprir com as atribuições de coordenar a nova política nacional do setor, fazer as articulações necessárias e facilitar a implantação do Plano Nacional de Turismo Sustentável.
12. Fortalecer a Embratur, organizar novo plano internacional de marketing e restabelecer o uso de uma Marca Brasil para o turismo, baseada em estudos aprofundados e campanha de recall com os grupos de interesse no produto turístico brasileiro e, com isso, estabelecer relacionamento com os principais operadores de turismo, companhias aéreas e jornalistas e comunicadores de cada mercado.
13. Recuperar o protagonismo de instituições que representam a sociedade civil organizada, como o Conselho Nacional de Turismo, e agentes políticos, como o Fornatur, para o reposicionamento do turismo nacional.