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Luiz Inácio Lula da Silva é eleito presidente do Brasil; veja suas propostas para o Turismo

Foto de Pedro Menezes

Pedro Menezes

Publicado - 30/10/2022 - 19:58

Lula 25.07.2022 - FOTOS OFICIAIS MOVIMENTO VAMOS JUNTOS PELO BRASIL - LULA E GERALDO ALCKMIN. Foto Ricardo Stuckert
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (Ricardo Stuckert)

Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser eleito presidente da República Federativa do Brasil, neste domingo (30), com pouco mais de 50,8% (mais de 60 milhões de votos). Será o terceiro mandato de Lula como presidente, que agora comandará o país de 2023 a 2026, derrotando o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Messias Bolsonaro. Com isso, Luiz Inácio se tornará o 39º presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2023.

Recentemente, o M&E entrevistou os dois candidatos para saber justamente seus planos e suas propostas para o Turismo. De acordo com Luiz Inácio Lula da Silva, o turismo precisa voltar a crescer e as pessoas, a viajar e conhecer o Brasil.

“Desta vez, vamos fazer mais e melhor, resgatando bons programas e reconstruindo o turismo com agendas contemporâneas, como desenvolvimento sustentável, combate ao desemprego, às desigualdades, e com estímulos a pesquisa, inovação e novas experiências para a transformação do turismo nas regiões brasileiras, valorizando nossa cultura, nosso patrimônio histórico, nossa biodiversidade e nos vários e segmentos deste mercado”, disse o presidente eleito.

Segundo Lula, é preciso criar condições para as pessoas voltarem a viajar e conhecerem o Brasil. Para isso, as medidas prioritárias, de acordo com o presidente eleito serão:

  • Retomar a capacidade de consumo dos brasileiros, por meio de programas de geração de emprego e renda, e de um efetivo aumento real do salário mínimo; Retorno de programas como, por exemplo, o Viaja Mais Melhor Idade, para reforçar nosso mercado interno nos períodos de baixa estação;
  • Revisar e modernizar a política nacional de turismo, com foco em eliminar os gargalos que geram custos diferentes entre os segmentos de transportes e de hospitalidade no país, muito mais caros aqui em relação ao resto do mundo, e incluir a agenda contemporânea, como sustentabilidade e inovação;
  • E reorganizar as políticas de promoção e marketing doméstico e internacional, em que o Brasil já foi muito eficiente.

As 13 ações estratégicas para o Turismo

Em entrevista exclusiva ao M&E, Lula se comprometeu em fazer mais e melhor nos próximos quatro anos. “Nossas diretrizes para os próximos quatro anos estão fundamentadas nas pessoas, no desenvolvimento sustentável e na inovação”, disse ele, que elencou ainda as 13 ações estratégicas que irão nortear o seu governo quando o assunto for Turismo!

1. Construir uma nova política nacional de turismo centrada no desenvolvimento das pessoas e do país, a partir da modernização da legislação vigente e da organização de um novo Plano Nacional de Turismo Sustentável, alinhado à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, assentado em mecanismos de gestão inteligente, dados confiáveis e conectado com as boas práticas em turismo no mundo.

2. Redesenhar o planejamento turístico para o curto, médio e longo prazos, restabelecendo as prioridades a partir dos desafios da década e incorporando a flexibilidade que mecanismos institucionais precisam para acompanhar as constantes transformações do turismo e das viagens no mundo.

3. Ampliar oportunidades de qualificação profissional, trabalho e renda para milhões de brasileiros, de todas as origens, cores, credos e orientações, observando a igualdade de gêneros. Promover o empreendedorismo e a empregabilidade a partir da capacitação e da qualificação contínua de talentos, nas áreas prioritárias para a reconstrução do turismo brasileiro e a partir do conhecimento desenvolvido em centros de pesquisas, organizações científicas, instituições de ensino técnico e superior e de representação de classe e organizações, públicas e privadas, em âmbitos científico, técnico, empreendedor e artístico.

4. Promover inovação a partir da valorização do conhecimento, das práticas de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, com foco na recuperação da competitividade e na transformação digital do turismo brasileiro. Parcerias público-privadas e aproximação de políticas públicas e de negócios do turismo a hubs de pesquisa e inovação, como parques tecnológicos e centros de pesquisa, para integração de saberes e de tecnologias rumo à inovação em todas as frentes.

5. Articular um orçamento capaz de atender aos principais programas estruturados no plano de desenvolvimento turístico.

6. Melhorar e expandir a infraestrutura e os equipamentos que viabilizem a acessibilidade e a conectividade no país.

7. Desenvolver mecanismos para gestão pública pautados em dados confiáveis e informações coletadas por meio de tecnologias como big data e inteligência artificial, para constante monitoramento da atividade e apoio às decisões qualificadas em políticas públicas, inclusive para promoção internacional.

8. Criar políticas, incentivos e investimentos em planos de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas, buscando reduzir riscos e otimizar oportunidades na transição rumo à economia de carbono neutro, como aprimorar mecanismos de crédito de carbono e engajar o turismo brasileiro nos compromissos internacionais assumidos, como o Acordo de Paris.

9. Fomentar e facilitar acesso a linhas de crédito e microcrédito para empreendedores de transporte, hospitalidade, gastronomia, eventos, operadores, distribuidores e demais setores ligados ao turismo de todos os portes no país, especialmente aos MEIs e às micro e pequenas empresas.

10. Recuperar a competitividade do turismo brasileiro mediante atuais padrões internacionais, colocando o país em posições de destino líder na América Latina, entre os maiores receptores de eventos internacionais e resgatar a liderança mundial nas áreas de patrimônio histórico, cultural e natural.

11. Reestruturar o Ministério do Turismo, atualizando e organizando sua gestão para que possa cumprir com as atribuições de coordenar a nova política nacional do setor, fazer as articulações necessárias e facilitar a implantação do Plano Nacional de Turismo Sustentável.

12. Fortalecer a Embratur, organizar novo plano internacional de marketing e restabelecer o uso de uma Marca Brasil para o turismo, baseada em estudos aprofundados e campanha de recall com os grupos de interesse no produto turístico brasileiro e, com isso, estabelecer relacionamento com os principais operadores de turismo, companhias aéreas e jornalistas e comunicadores de cada mercado.

13. Recuperar o protagonismo de instituições que representam a sociedade civil organizada, como o Conselho Nacional de Turismo, e agentes políticos, como o Fornatur, para o reposicionamento do turismo nacional.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA AQUI!