
Prefeitura de Shizuoka propõe novas medidas para controlar o efeito de “overtourism”(David Eldelstein/Unsplash)
O governo da prefeitura de Shizuoka, no Japão, planeja implementar uma taxa de entrada entre 3.000 a 5.000 ienes (aproximadamente US$ 19–30) para escaladores do Monte Fuji a partir do próximo verão. A proposta, que visa combater a superlotação e garantir a segurança, inclui a restrição de escaladas noturnas em três trilhas, permitindo-as apenas para quem tiver reservas em cabanas de montanha.
Durante a temporada de escalada, de julho a setembro, as trilhas do Monte Fuji atraem milhares de visitantes. Somente neste ano, 204.000 pessoas escalaram a montanha entre o início de julho e o início de setembro, evidenciando o problema de congestionamento, apesar de uma queda de 8% em relação a 2023. Enquanto a prefeitura de Yamanashi, que compartilha o Monte Fuji, já adotou uma taxa diária de 2.000 ienes (US$ 12) e limitou o número de escaladores a 4.000 por dia, Shizuoka até agora utilizou apenas um sistema de registro voluntário e uma taxa de conservação de 1.000 ienes (US$ 6), que será substituída pela nova cobrança.
O aumento do interesse pelo Monte Fuji reflete um boom no turismo no Japão, impulsionado pela desvalorização do iene e pelo relaxamento das restrições de COVID-19. O país recebeu mais de 30 milhões de visitantes nos primeiros dez meses de 2024, quase alcançando os números pré-pandemia. Contudo, esse fluxo recorde tem gerado preocupações com excesso de turistas, com relatos de superlotação, poluição e comportamentos inadequados em destinos como Kyoto e o Lago Kawaguchi.
As medidas propostas para o Monte Fuji estão alinhadas às estratégias do Japão para lidar com o excesso de turistas, incluindo ajustes de preços. Dados recentes mostram que 30% dos visitantes estrangeiros enfrentaram superlotação, e muitos estão dispostos a pagar taxas extras por um turismo mais sustentável. De fato, 63% dos turistas pesquisados declararam estar prontos para contribuir financeiramente com esforços de preservação, refletindo uma maior conscientização sobre o impacto do turismo.
Outras regiões do Japão também estão experimentando ajustes de taxas para controlar o excesso de turistas. O Castelo de Himeji, por exemplo, pode aumentar a entrada para visitantes estrangeiros de 1.000 ienes (US$ 6) para US$ 30, enquanto moradores locais pagariam apenas US$ 5. Da mesma forma, Hokkaido planeja implementar um imposto sobre hospedagens para financiar esforços de preservação, mesmo enfrentando oposição local.