LONDRES – No esforço contínuo para fortalecer o ecoturismo no Mato Grosso, o estado acaba de lançar uma nova iniciativa: a Rota dos Primatas. Esse projeto, resultado de parcerias entre o governo e o setor privado, foi apresentado hoje (05), na WTM, em Londres, com a promessa de se tornar uma experiência única para amantes da natureza e da biodiversidade. A Rota dos Primatas une a observação da fauna local à conservação dos primatas raros que habitam a região, especialmente as florestas entre o Cerrado e Amazônia, locais ricos em biodiversidade.
Raquel Zanchet, diretora-executiva do Jardim da Amazônia Lodge, é uma das responsáveis pelo desenvolvimento desse projeto, que teve início com a observação de aves. Zanchet explicou que a região, com espécies endêmicas tanto do Cerrado quanto da Amazônia, é um ponto estratégico para a preservação e estudo dos primatas, especialmente o Parauacú (Pithecia Mittermeieri). Com o apoio de guias especializados e instituições acadêmicas, como a Universidade Federal de Mato Grosso, a Jardim da Amazônia catalogou sete espécies de primatas ao longo dos últimos dois anos, destacando-se pela rara biodiversidade de seus habitats.
Secretário adjunto de Turismo de Mato Grosso, Felipe Wellaton, destacou o potencial da nova rota para atrair turistas internacionais, interessados no turismo de natureza. Para ele, o turismo de observação de vida selvagem e os “Big Five” brasileiros – a onça-pintada, o lobo-guará, a ariranha, a anta e o tamanduá-bandeira – têm o mesmo potencial de atratividade que os grandes primatas da África. Segundo Wellaton, “assim como Ruanda capitaliza em cima dos gorilas, nós podemos fazer o mesmo com a nossa biodiversidade, valorizando nosso ecossistema único.”
A rota inclui pontos estratégicos, como São José do Rio Claro, Sinop e Alta Floresta, formando um corredor ecológico que incentiva a preservação dos primatas e dos ambientes onde vivem. Em Alta Floresta, por exemplo, trilhas aéreas foram instaladas para permitir que os primatas se desloquem em segurança e evitem o trânsito nas rodovias. Essa inovação é parte de um esforço maior para tornar a Rota dos Primatas uma referência em ecoturismo e pesquisa científica.
Com um ecossistema que ainda reserva inúmeras descobertas para a ciência e uma rede de infraestrutura em expansão, a Rota dos Primatas busca não apenas atrair turistas, mas também conscientizar sobre a importância da preservação ambiental.
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