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Opinião

OPINIÃO – Ou o governo brasileiro socorre o empresário do Turismo ou o Turismo morre de vez!

Por Oreni Braga

Oreni Braga

Oreni Braga

Nunca na história do turismo brasileiro, o destino Brasil esteve tão barato para o mercado internacional. No entanto, o Setor vive um momento paradoxal! Enquanto o dólar está nas alturas (US$ 1 = R$ 5,11), os estrangeiros passaram a ser persona non grata para adentrar as fronteiras nacionais, diante do perigo eminente provocado pelo inimigo invisível chamado Coronavírus. Além disso, os viajantes domésticos que ajudam no aquecimento da  economia do turismo, estão inibidos e com medo de serem contaminados pelo maldito, tendo como resultado disso, o cancelamento de maneira devastadora das viagens, cujo percentual chega a 85% do que já estava previsto, conforme afirma a Associação Brasileira de Agentes de Viagens – Abav.

Esse é um setor que tem como base do iceberg, micros, pequenas e médias empresas que dão sustentação as grandes agências de viagem e operadoras de turismo, aos grandes hotéis e resorts, bem como, às companhias aéreas. Esses empresários empregam, em média, de 10 a 20 funcionários que trabalham nos restaurantes, nas pequenas pousadas, nos hotéis de selva, nos hotéis de pequeno e médio porte, na transportadora turística, nas fazendas turísticas, na Associação de Guias de Turismo, nos Albergues, na Associação de Canoeiros, nas empresas aéreas regionais, nas empresas de mídia e publicidade turística, enfim, compõem um cluster de empresários menores que alimentam esse aglomerado de empresas robustas.

Então, quando nos deparamos com um cenário dessa natureza que não é nada animador para o setor, perguntamos: como fica a situação desses bravos brasileiros que ajudam a construir um Brasil melhor? Será que não é o momento do Governo Central baixar um Decreto para amparar essas famílias trabalhadoras e criar uma linha de crédito específica junto ao Banco do Brasil, BNDES ou Caixa Econômica, que possa custear os prejuízos até ganhar fôlego? Será que não seria hora dos Governos Central, Estaduais e Municipais, anistiarem os tributos desses empresários, relativos aos meses de março, abril e maio? Será que não é oportuno que o recolhimento dos encargos dos empregados fosse postergado (a partir do mês de junho de 2020), para evitar demissão em massa?

Lamentavelmente, caso isso não ocorra, vamos contemplar, além dos efeitos do vírus, um TSUNAMI no turismo brasileiro! Empresário nenhum desse porte sobrevive sem faturamento mensal. No mínimo, diante do empate, ainda consegue se arrastar. Por isso, deve haver por parte do Senhor Presidente da República Federativa do Brasil, a sensibilidade em evitar que parte desses milhões de ocupações no setor possa ser desligada do mercado de trabalho. O turismo emprega 7,5% de todas as ocupações geradas no país; responde a 8,1% do PIB brasileiro (US$ 152,5 bilhões), de acordo com os dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo – WTTC, em 2018.

A participação do Turismo na dinâmica econômica do país é perceptível! Só não ver quem não quer! Se por um dia, os restaurantes, as agências de viagem e os hotéis fechassem as suas portas, e as companhias aéreas parassem de voar, o país viraria um caos, pois mesmo diante dessa PANDEMIA, milhares e milhares de pessoas continuam a viajar, por qualquer necessidade, em avião, ônibus ou trem, e precisam de hospedagem, de comer em algum lugar, ser transportado na cidade, enfim, precisam dos agentes envolvidos no turismo. Isso é fato!

Se o Ministro Guedes diz que o governo não tem responsabilidade em ajudar diretamente as empresas turísticas, por meio de subsídios ou desonerações, fico aqui pensando com meus botões: quem poderá salvar o Setor? O Chapolin Colorado? O que será que ele vai fazer para tirar o país da quebradeira, após essa terrível decisão? Um conselho amigo, Senhor Ministro: ajude os empresários, pois a emenda será maior que o soneto, caso o Senhor bata o pé. Ou o governo socorre ou o Turismo morre de vez!

Oreni Braga é ex-presidente da Amazonastur, especialista em Ecoturismo e Design de Ecolodges e mestre em Gestão e Auditoria Ambiental

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