SÃO PAULO – Com a meta inicial de alcançar o marco de 7 milhões de turistas estrangeiros no Brasil em 2024, a Embratur enxerga hoje um novo cenário e diminui a expectativa para até 6,8 milhões no total do ano. Isso se deve a um desaquecimento da chegada de turistas argentinos, principal mercado emissor para o país.
Atualmente, a Argentina lidera o ranking, seguida dos Estados Unidos e do Chile – que tem registrado um crescimento expressivo, saltando da quinta para a terceira posição e fazendo com que a meta inicial não seja tão afetada. Nos primeiros seis meses do ano, o Brasil recebeu o total de 3,6 milhões.
Para Marcelo Freixo, presidente da Embratur, “se não fosse, com todo o cuidado da palavra, a crise vivida hoje pela Argentina – que a gente espera que seja superada em breve, nós iriamos alcançar os 7 milhões de turistas este ano. Há uma redução de turistas provenientes do destino viajando ao nosso país, fruto de um momento que se passa a Argentina. Mas compensamos isso com o Chile, com novos voos chegando ao Brasil”.
O assunto foi abordado durante o painel “Oportunidades em conectividade aérea na era do turismo sustentável”, promovido pela EFE Fórum Aviação, do qual o presidente participou. Para Freixo, se nós tivermos voos, teremos turistas.
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Se já crescemos 21% no número de turistas estrangeiros no país em comparação a 2023 nestes primeiros meses, o resultado é muito atribuído a ampliação da malha aérea. E o incremento da conectividade vai ajudar a impulsionar cada vez mais a chegada destes visitantes. Mas é preciso levar em consideração algumas outras questões.
“O Brasil tem 6 biomas, tem uma diversidade enorme, o potencial do Brasil no turismo é muito grande. O que a gente precisa fazer é uma promoção adequada ao que o Século 21 exige da gente. A média das pessoas que viajam é até 5 horas – o que dificulta, por conta da localização geográfica, a atração de certos mercados. Eu acho que o Brasil tem o potencial de crescimento ainda muito grande, acho que é um consenso entre todos nós, isso não quer dizer que a gente não esteja no caminho certo desse crescimento, na medida não do nosso desejo, mas do que é possível”, reforçou Marcelo.
“O turismo é um grande instrumento para que a gente faça uma economia com sustentabilidade e esse crescimento vai depender do crescimento desses setores que estão aqui, com diálogo entre aeroportos, companhias aéreas e políticas públicas, para que possamos ter conexões mais inteligentes, combustíveis mais compatíveis. Não teremos turismo sem aviação e sem sustentabilidade”, finalizou.