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Aroldo Schultz, da Operadora Schultz (Manuela Miniguini/M&E)
MACEIÓ, AL – O último dia de Festur Alagoas está acontecendo neste sábado (31). Pela manhã, mais de quatro palestras e capacitações foram apresentadas aos agentes de viagens, incluindo o painel de Aroldo Schultz, CEO da Schultz Operadora. O palestrante apresentou o tema “Agentes de viagens X Operadoras de turismo: a cadeia de distribuição no turismo”, e contou ao M&E o que o inspirou para escolher esse tema.
“Eu quero tentar passar para os agentes de viagens como que funciona a distribuição de ganhos de cada setor dentro do turismo, tanto DMC, quanto as operadoras e os agentes de viagens. Eu quero abrir a caixinha de pandora, revelar quanto cada um ganha na sua área, qual que é a comissão de cada um. Isso não tem que ser escondido, ter comissão não é vergonhoso. Vergonhoso é você dar mais do que você pode e depois não entregar o produto”, explicou Aroldo.
Schultz diz que isso veio da vontade de conscientizar os agentes do valor das operadoras, e que as vezes o cortar a cadeia e negociar direto com o fornecedor por ter suas desvantagens. “A ideia é que eles respeitem a cadeia de distribuição, que valorizem o trabalho dos operadores. Às vezes o agente de viagens tem interesse de contratar algo direto com o fornecedor sem passar pelo operador, mas esquece da importância dele. É ele assume os problemas financeiros, os riscos de fraude, a questão de tecnologia, que é uma coisa muito importante para o agente. Então tudo isso é um custo, e se eu dou toda a minha comissão para o agente de viagens, como eu pago as minhas contas?”, disse.
A cadeia de distribuição do turismo
Durante a palestra, Aroldo mostrou algumas das responsabilidades que tem uma operadora de viagens, como a distribuição de bons produtos e de bons fornecedores ao agente de viagem. Schultz também comenta que não é proibido um agente operar, ou um operador agenciar, mas é preciso ter capacidade. “Você, agente, está pronto para operar? Ser agente de viagens não é para qualquer um, não é fácil. Mas ser operador também não é”.
Algumas das funções de uma operadora, além da distribuição dos produtos, inclui treinamentos de agentes, promoção em eventos e feiras, mas também a responsabilidade legal caso algo dê errado com o consumidor final. Schultz dá o exemplo de um acidente de ônibus, causado por essa quebra de relação da cadeia, no qual o agente negociou diretamente com o fornecedor. “Quando você corta o operador, você ganha, mas também perde. O perigo está para nós e para você. Você tem capacidade para operar? Então faça, e faça bem feito. Mas se não tem capacidade de resolver os problemas, então não opere sendo agente”.
Ao final da palestra, o CEO finalmente revelou quanto cada setor ganha. Através de cálculos, o operador mostrou que as DMCs ganham por volta de 40% da margem, enquanto operadores ficam com 25% e agentes com 12%. Contudo, por meio de mais contas, Aroldo mostrou que esses 25% não ficam na mão da operadora, já que a comissão do agente de viagens, mais gastos da própria empresa diminuem o lucro em até 21%, deixando o operador com 4% de lucro.
“Quando você pede 1% de comissão a mais para o operador, isso representa 25% do nosso lucro. O cálculo é claro, se a gente dá mais do que isso, o preço fica muito mais alto para nós. Por isso que tem tanta operadora que quebra. No final, é o agente que paga, ou com o bolso, ou com as consequências. Se você quer ter uma boa cooperação e ganhar, é preciso manter a parceria comercial, focar nas vendas, conhecer a empresa, e planejar ações”, finalizou o CEO.
Investimento em tecnologia
Além do painel, a Schultz está com um estande de exposição durante a feira. Aroldo também contou ao Mercado & Eventos o que a operadora está trazendo para a Festur Alagoas. “Nós trabalhamos muito forte no Sul e Sudeste e já temos aqui no Nordeste uma presença de vários anos, inclusive temos comerciais aqui na região. E eu entendi que era um momento, essa é uma feira que está crescendo, o Adriano está fazendo um bom trabalho e me convidou para vir para cá, e eu achei válido, para estarmos mais próximos do mercado nordestino que é tão querido”, justificou.
O CEO também contou sobre a nova startup da Schultz, a Wiki Travel, uma solução IA para os agentes, operadores e consumidores de turismo. “O WikiTravel é o nosso portal de inteligência artificial, e a grande novidade é que ele está crescendo muito, agora já podem também, além das cidades, dos municípios, os hotéis podem entrar, as atrações podem entrar e os restaurantes também, e nos restaurantes nós temos uma grande novidade: ao cadastrar o cardápio virtual em português, nós traduzimos em até 11 idiomas, então o cliente vai chegar no restaurante e agora vai poder ver traduzindo a comida dele”, contou
Schultz também relevou algumas cidades e destinos que estão para entrar no aplicativo. “Além disso, entrou na nossa plataforma o estado de São Paulo através da senhora Luciana Leite. Entrou também com muita força o Paraná, Gramado já está, o Mato Grosso do Sul com o Bonito, Blumenau está entrando agora com muita força também. A Secretária Turismo do Rio Grande do Norte, a Fátima, já aprovou também e o Alagoas parece que, a partir dessa feira, vai começar a entrar”.
“Eu vou pra Itália agora em breve, e existe a possibilidade de colocar 1.200 cidades italianas no aplicativo. O país Marrocos também está entrando, e o Wiki Travel tá chegando para outras fronteiras. A nossa meta é ser o aplicativo de turismo mais consultado no mundo”, finalizou Aroldo Schultz.
Outras duas palestras finalizarão a sessão de capacitação do último dia de Festur Alagoas mas, durante a tarde, os fornecedores, operadores e agentes se reunirão durante a feira de exposição para mais reuniões de negócios e networking.
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