“Recursos devem chegar na ponta em dez dias”, diz ministro sobre R$ 5 bi do Fungetur

Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, participou de uma live via Instagram com os diretores do Festuris Gramado, Eduardo Zorzanello e Marta Rossi, na tarde desta terça-feira (19). Logo no início, foi questionado por Marta sobre a Medida Provisória 963 – que garantiu R$ 5 bilhões para o Fungetur. No entanto, todo o trade ainda aguarda como estes recursos serão disponibilizados em forma de crédito para as empresas do setor. O ministro foi categórico e afirmou que em um prazo entre uma semana e dez dias já estará disponível nas agências credenciadas.

“A Medida Provisória 963 garantiu um crédito extraordinário de R$ 5 bilhões ao Fungetur para atender o setor. Temos a plena consciência de que este socorro ainda não chegou na ponta”, explicou. “Estamos prestes a finalizar esta modelagem, que envolve uma série de variáveis com a Caixa e BNDES para termos capilaridade e maior atratividade. Num prazo máximo de uma semana a dez dias o recurso já estará disponível nas agências credenciadas”, garantiu. Álvaro Antônio lembrou ainda que a taxa destes empréstimos será de 5% ao ano, mais INPC, que deve ser inferior a 1%, além de 12 meses de carência.

O ministro do Turismo afirmou que muitas empresas do setor não estão tendo acesso a crédito por conta de garantias e que esta Medida Provisória vem justamente para resolver este problema. “Vamos usar o FGI, que é um fundo garantidor do BNDES, assim há o compartilhamento dos riscos, mais flexibilidade de garantias. Editamos uma portaria que permite acesso de entidades privadas ao Fungetur. Antes isso acontecia somente por bancos estatais estaduais. O objetivo é aumentar a capilaridade e ter um escoamento mais eficiente destes recursos”, contou.

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, entre Eduardo Zorzanello e Marta Rossi, do Festuris, durante a última edição do evento

Prorrogação da MP 936

A prorrogação da Medida Provisória 936 – que permite a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução dos salários em até 70% foi um tema abordado por Eduardo Zorzanello. Ele afirmou que esta é uma preocupação do trade, uma vez que a retomada deve demorar um pouco mais do que o previsto inicialmente. A MP permite estas medidas por até 90 dias e as empresas do setor querem uma ampliação para até 180 dias.

“Boa parte do que tem nesta Medida Provisória foi elaborado pelo Ministério do Turismo, mas como o Ministério da Economia não quis setorizar a ajuda, acabou demorando um pouco mais e editando uma MP para todos. No entanto, estamos em conversa com eles e já está definido que ao final destes 90 dias teremos que nos preocupar com isso. Ao meu ver, bares e restaurantes, por exemplo, tendem a ter seu fluxo de caixa retomado mais rapidamente. Agora, outros como a hotelaria, por exemplo terão um caminho mais doloroso e lento. E este é o nosso trabalho de convencimento”, revelou.

Retomada

Marcelo Álvaro lembrou que o MTur dividiu as ações da crise em duas etapas. A primeira envolve justamente estas três vertentes atendidas pelas Medidas Provisórias: suspensão de contratos e redução de salários, relação com o consumidor e crédito. Agora, segundo ele vêm os cuidados e protocolos para a reabertura. “Lançamos um selo de biossegurança ao turista. São protocolos para cada um dos 16 segmentos que serão certificados. Isso foi construído em conjunto com a Anvisa”, disse.

Em seguida, de acordo com ele, vem a promoção. O ministro afirmou que haverá uma campanha de promoção voltada ao brasileiro e que será uma oportunidade de falar dos nossos destinos. “Um dos nossos focos será o rodoviário, que terá uma atenção especial e, dentro disso está a conectividade com os demais modais de transporte. Teremos uma grande campanha para despertar a vontade do brasileiro de viajar pelo País, pois somos o primeiro do mundo em recursos naturais”, ressaltou.

Questão política

O ministro também fez questão de elogiar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pela criação de protocolos para a reabertura da economia no estado. De acordo com Marcelo Álvaro, Leite não trata a pandemia politicamente, mas de forma responsável. “Foi feito um estudo de inteligência para cada localidade e definida uma bandeira para cada uma, conforme a situação. Vemos, de outro lado, governadores e prefeitos tratando a questão do lockdown irresponsavelmente. É inconcebível deixar inativos todos que são de fora dos grupos de risco”, finalizou.