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Destinos / Redação ME

Roma: uma viagem pela história da humanidade

Coliseu, um dos ícones do Império Romano

Coliseu, um dos ícones do Império Romano – Foto: Igor Regis

Por Igor Regis e Lisia Minelli

Belezas arquitetônicas a cada esquina, boa gastronomia dezenas de pontos turísticos e séculos e mais séculos de história quem remontam desde o Império Romano ao renascimento. Não há como negar que Roma tem todos os ingredientes necessários para ser o sonho de consumo de grande parte dos turistas ao redor do mundo. Não à toa a capital italiana recebe cerca de 7 milhões de turistas por ano, mais que o Brasil inteiro.

A vocação turística da cidade já é percebida logo na chegada, com o fácil acesso a região central a partir dos aeroportos Fiumicino e Ciampino, que se conectam de trem à Termini, estação central onde também chegam trens de alta velocidade de outras cidades italianas. A partir de lá, o turista tem fácil acesso a todos os principais pontos turísticos por meio das duas principais linhas de metro que cortam a cidade.

Para quem gosta de história, Roma é uma aula a céu aberto, que começa em um de seus principais pontos turísticos, o Monte Palatino. Conta a lenda que Roma se originou lá, local onde Rômulo e Remo foram encontrados com a loba que os amamentou. Além da lenda, escavações recentes mostram que o local já era habitado no período de 1.000 a.c. No Palatino é possível encontrar ruínas de um antigo palácio que costumava ser a residência dos imperadores. Local também abrigou importantes membros da aristocracia Romana desde séculos antes de cristo.

Ruínas do Coliseu

Ruínas do Coliseu – Foto: Igor Regis

No mesmo local, o turista tem acesso ao Fórum Romano, local que foi centro da vida pública romana durante séculos. Nas ruínas é possível identificar locais importantes como os templos dos imperadores Júlio César, Augustus e Tito, além de outras construções marcantes, como arcos e basílicas.

O Fórum e o Palatino estão localizados na mesma região que um dos mais importantes símbolos de Roma, o Coliseu. E mais importante, as três atrações podem ser acessadas com um mesmo ingresso. Também conhecido como Anfiteatro Flaviano, a construções é uma das mais espetaculares da história, seja pela sua arquitetura, tamanho ou pela sua capacidade, que estima-se ter sido entre 50 e 80 mil espectadores.

Embora seja constituído apenas de ruínas da construção original, em virtude de terremotos e saques, o local chama a atenção dos visitantes pelo seu conteúdo histórico como palco dos gladiadores. Tanto arquibancadas quanto a arena não mantém a estrutura original da construção, mas dão ideia de sua magnitude.

Vaticano

Um dos locais mais importantes de Roma não está tecnicamente na cidade, mas em outro país, ou melhor, cidade-estado. O Vaticano é um dos principais atrativos, tanto por ser a sede da Igreja Católica, como por trazer elementos importantes da arte e cultura medieval, de nomes como Rafael, Michelangelo e Leonardo da Vinci. Um dos cartões postais fica por conta da Praça de São Pedro, local dos tradicionais aparições do papa, celebrações de datas importantes para igreja e onde milhares de fiéis se reúnem para aguardar a cada anúncio de um novo papa.

Básilica de São Pedro - Foto: igor Regis

Básilica de São Pedro – Foto: igor Regis

O local abriga a Basílica de São Pedro, aquele que talvez seja o edifício mais icônico da religião católica. O edifício, que teve sua construção iniciada no século XV cobre uma área de 23 mil m² e pode abrigar até 60 mil devotos. Além de se destacar pela beleza arquitetônica e por sua cúpula, que pode ser vista de qualquer lugar da região central de Roma, o local abriga um mausoléu onde estão túmulos de diversos papas e também onde estão os restos mortais de São Pedro. Uma das áreas mais visitados da basílica, além do mausoléu, é o túmulo do Papa João Paulo II, que fica no altar dedicado a São Sebastião, no lado direito da Basílica.

Outra importante atração do vaticano são os museus, que contam como um circuito, que inclui salas cartográficas, afrescos de Rafael, esculturas dos impérios grego e romano, que acaba na Capela Sistina, onde o turista pode desfrutar de uma obra prima de Michelangelo, e uma das mais impressionantes obras de artes já feitas pela mão humana.

Cultura e história em Castelli Romani

Para quem já foi para Roma e viu o Papa, uma boa opção para variar os passeios é conhecer o entorno da capital. A região oferece uma diversidade de atrativos, sem deixar de lado a calorosa recepção italiana, as belezas naturais, culinária deliciosa e bons vinhos. Uma excelente dica é Castelli Romani, que além da curta distância, oferece uma variedade de atrações e, melhor ainda, uma oferta de hospedagens em média 30% mais baratas que Roma – que vão desde castelos e construções históricas a pequenos hotéis e hospedarias familiares.

Localizada na região italiana de Lázio, aos pés das colinas Albanas, Castelli Romani é formada por 17 pequenas cidades e vilarejos históricos de rica cultura e beleza natural. Fica a 40 quilômetros de distância no sudeste da capital, e a principal estrada de acesso é a Via Ápia – uma das principais estradas da Roma Antiga e que ainda hoje é uma importante via de ligação entre a capital e as essas cidadelas.

A região de Castelli Romani ocupa uma antiga área de vulcões, extintos há milhares de anos, e que permitiu uma excelente exploração de seu solo fértil. Duas antigas crateras do vulcão hoje são ocupadas pelos lagos Nemi e Albano. Na Roma Antiga, a área era frequentada pelos nobres romanos, que construíram seus castelos de veraneio em especial pelo clima agradável do verão. Até o Papa possui uma residência de verão nas redondezas, mais especificamente, em Castel Gandolfo.

FRASCATI – A primeira parada da viagem a partir de Roma é Frascati, principal fornecedora de vinho e azeite de Lázio. As vilas existentes na cidade eram casas de verão de famílias ricas romanas e que ainda mantém características dessa época. Frascati possui a maior concentração dessas vilas e a mais famosa é Aldo Brandini, do século 15. Seu jardim fica bem na praça principal da cidade e próxima a catedral. O agroturismo também é destaque na região com suas plantações de uvas e produtos regionais. Muitas dessas empresas possuem cantinas e hospedarias para receber turistas. O vinho branco Frascati é famoso e muito premiado. Devido a forma como é produzido, esse vinho recebe o selo DOC (Denominação de Origem Controlada), que atesta a qualidade.

GROTTAFERRATA – Seguindo pelas cidades de Castelli Romani, a próxima parada é em Grottaferrata, onde se pode visitar a Abadia de San Nilo. Se o visitante tiver sorte, poderá encontrar com o padre brasileiro Luca e fazer um tour pela igreja, que mantém até os dias de hoje o mesmo rito bizantino que data do ano de 1004. A igreja é o cartão postal da cidade e tem em sua capela obras da escola de Bernini e afrescos dominiquinos. Próximo da cidade vale ainda uma visita a Genzano, famosa por seus tapetes de flores para realização de procissões, chamados de Infiorata.

NEMI – A cidade é principalmente conhecida pelos morangos selvagens e pelo lago de mesmo nome conhecido como espelho da Deusa Diana, onde dizem que o imperador romano Calígula fazia suas festas sexuais regadas a muito álcool a bordo de seus barcos do amor. Vale a pena uma parada estratégica para fotos no Terraço dos Namorados, um mirante a beira do lago. Nemi faz fronteira com outras duas cidades bem interessantes de visitar, são elas Ariccia onde o famoso artista barroco Gian Lorenzo Bernini fez importantes obras como a Praça de Corte, a Igreja Nossa Senhora Assunção e o Palácio da família Chigi uma das mais ricas de Roma; e Albano onde Roma começou, e que possui um aqueduto romano do século 3 e que serviu de abastecimento para uma legião de soldados romanos e para a própria capital.

CASTEL GANDOLFO – Um dos burgos mais bonitos da Itália e onde o Papa tem sua residência de verão, chamada de Rocca di Papa. A luxuosa residência nunca foi usada pelo Papa Francisco e ele quer transformar o local em um museu. Aos poucos o local está sendo aberto ao público que já pode visitar os jardins e a galeria dos Retratos dos Pontífices, e mais recentemente os aposentos e dormitórios. Dentro dessa fortaleza fica ainda o Observatório Astronômico, que antigamente ficava em Roma no Palácio do Vaticano e que foi transferido para a cidade em 1939. O Observatório possui uma biblioteca e uma coleção de meteoritos. Na cidade vale ainda uma parada na cantina Pagnanelli, construída em 1882, onde há uma enoteca e um museu dentro de uma escavação de mais de 10 metros abaixo do solo.

VELLETRI – É uma das cidades mais antigas da região. Oficialmente fundada no século 4 antes de Cristo, há registros que apontam que sua fundação pode ter sido entre os séculos 10 e 8 antes de Cristo. Para conferir toda essa história o ideal é visitar o Museu Cívico de Velletri. Por lá há uma infinidade de peças e obras encontradas em escavações pela cidade. Uma das peças mais valiosas é o “Sarcófago de Velletri” ou “Sarcófago dos Trabalhos de Hércules”. Conta a guia do museu que este sarcófago foi encontrado pelos moradores de uma fazenda e que era usado como uma caixa para guardar coisas. A área arqueológica das Stimmate é outro importante registro da história da cidade, onde há uma escavação de um antigo templo etrusco de mais de 3 mil anos.

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