Turismo x IA: WTM debate impactos e como utilizar a tecnologia para transformar viagens

Ministros debateram a utilização da IA no turismo

LONDRES –  A inteligência artificial (IA) foi o tema principal da Cúpula de Ministros da WTM de Londres. Líderes do setor concordaram que a IA pode trazer mudanças positivas e que a indústria do turismo deve ter voz ativa à medida que governos começam a estabelecer diretrizes e regulamentações. A Cúpula é realizada em parceria com a Organização Mundial do Turismo (OMT) e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).

O diretor de portfólio da WTM, Jonathan Heastie, contextualizou o evento dizendo que “a IA tem o poder de transformar o turismo como o conhecemos, aprimorando a experiência para os viajantes e melhorando processos para empresas, mas precisamos considerar as questões éticas envolvidas.”

As considerações éticas ganharão ainda mais importância à medida que a IA continue a evoluir, e o setor turístico está contribuindo para essa discussão em alto nível. Natalia Bayona, diretora-executiva da OMT, compartilhou que a organização tem trabalhado com grandes empresas de viagens, como booking.com, Expedia e JTB, para desenvolver diretrizes de IA para governos, cujo lançamento está previsto para janeiro de 2025.

Desafios de um cenário regulatório global
Os ministros reconheceram que criar um cenário regulatório globalmente consistente para IA é desafiador. Nikolina Brnjac, do Parlamento Europeu, destacou que a União Europeia aprovou a Lei de IA em agosto deste ano, o primeiro marco regulatório do mundo para IA, com a intenção de que a Europa lidere globalmente a regulamentação de IA.

Apesar do avanço, Sherif Fathy, chefe de Turismo e Antiguidades do Egito, apontou que os governos geralmente não gostam de mudar regulamentações com frequência, enfatizando a necessidade de especialistas para monitorar os avanços da IA e ajustar as regulamentações conforme necessário.

A importância da integridade dos dados
Tonci Glavina, ministro de Turismo e Esportes da Croácia, destacou que “para usar IA de forma adequada, é necessário ter dados robustos”, alertando que, sem isso, a tecnologia pode ir em direções erradas. Essa questão foi apoiada por Christina Garcia Frasco, secretária de Turismo das Filipinas, que mencionou que o país estabeleceu um centro de pesquisa e desenvolvimento em IA focado em áreas como agricultura sustentável, resiliência a desastres e planejamento urbano – iniciativas que se interligam ao sucesso contínuo do turismo no país.

Casos de uso de IA no turismo
Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, citou a iniciativa “Green Breakfast” da rede Hilton, que utiliza IA para reduzir o desperdício de alimentos em até 62% em 13 hotéis participantes. “Imagine se isso se tornasse um padrão da indústria e ajudássemos pequenos negócios a adotar essa tecnologia,” disse ela, sugerindo que isso poderia impulsionar a mudança sustentável necessária.

Haris Theoharis, membro do Parlamento da Grécia, lembrou que o elemento humano continuará sendo o centro da experiência no turismo, mas observou que a IA pode melhorar aspectos como o gerenciamento de filas, otimizando a experiência do viajante. Nabeela Farida Koromah Tunis, ministra do Turismo de Serra Leoa, compartilhou que a IA já está apoiando a conservação no Santuário de Chimpanzés de Tacugama e promovendo o turismo sustentável no país.

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