ARTIGO – Um ano muito bom chega ao fim

O ano de 2024 ficará marcado como um período de notável recuperação e crescimento para o turismo no Brasil. Com mais de 5,4 milhões de turistas internacionais registrados nos dez primeiros meses, o país superou em 13% o desempenho do mesmo período em 2023. Esses números reforçam a força do setor e a eficácia das políticas implementadas para atrair visitantes. O Plano Nacional de Turismo (PNT) 2024-2027 é um dos pilares dessa estratégia, com metas ambiciosas de atingir 8,1 milhões de turistas internacionais e gerar receitas equivalentes até 2027.

O setor aéreo foi outro destaque do ano, alcançando recordes históricos. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), outubro de 2024 registrou mais de 10 milhões de passageiros transportados, o melhor desempenho da série histórica iniciada em 2000. Tanto o mercado doméstico quanto o internacional demonstraram força, refletindo o avanço na conectividade e na recuperação de voos pós-pandemia. A solidez do setor aéreo é fundamental para sustentar o crescimento do turismo em um país com dimensões continentais como o Brasil.

Outro segmento que chamou a atenção foi o de cruzeiros marítimos. Apesar de desafios estruturais que limitam a competitividade frente a outros mercados, a temporada 2023/2024 foi histórica. O impacto econômico ultrapassou R$ 5,2 bilhões, o maior da série histórica. Este resultado reafirma o potencial do Brasil como destino de cruzeiros, especialmente com o fortalecimento de rotas nacionais e regionais que conectam turistas às belezas naturais e culturais do país.

Os resultados econômicos também foram animadores. Em setembro, o setor faturou R$ 16,9 bilhões, um aumento de 4,5% em relação ao mesmo mês de 2023, segundo a FecomercioSP. No acumulado do ano, as receitas ultrapassaram R$ 148,3 bilhões, quebrando recordes de mais de uma década. Esses números não apenas ilustram a retomada da demanda, mas também indicam um setor cada vez mais estruturado para aproveitar novas oportunidades.

É verdade que ainda existem desafios significativos, como a necessidade de melhorias na infraestrutura e a adaptação às mudanças globais no comportamento dos viajantes. Esses gargalos, se enfrentados com eficácia, podem abrir portas para um crescimento ainda mais robusto e sustentável nos próximos anos. O investimento em tecnologia e a promoção de políticas públicas alinhadas ao desenvolvimento regional são essenciais nesse processo.

Por outro lado, o turismo brasileiro demonstrou resiliência e capacidade de se reinventar. A combinação de políticas eficazes, inovação tecnológica e a atração de visitantes internacionais e domésticos reforça o papel do setor como motor de crescimento econômico e cultural. O compromisso com a sustentabilidade e a valorização das experiências autênticas também estão se tornando diferenciais importantes.
O ano de 2024 encerra com otimismo para o turismo no Brasil. Com recordes sendo quebrados, estratégias ambiciosas em curso e um mercado fortalecido, o país se posiciona como um destino promissor. Este ano não foi apenas de recuperação, mas de consolidação das bases para um futuro ainda mais vibrante e inclusivo no turismo nacional.

– Natália Strucchi é diretora de redação do M&E