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Em tempo de crises, a OMT destaca a resiliência, a busca de segurança e a dinâmica regional do turismo internacional

Enquanto o turismo internacional enfrenta no Brasil (e na França) um clima de morosidade, a Organização Mundial do Turismo acabou de publicar resultados animadores do primeiro semestre, uma alta de 4% em relação a 2016, com um total de chegadas de turistas passando de 540 a 561 milhões. Comemorando esses números, o secretário geral da Organização, Taleb Rifai, destacou a resiliência da economia turística, que continua a criar milhões de empregos em tempos de crise, interligando pessoas de todas origens em tempos de guerra e de insegurança.  Lembrou que o turismo voltará a crescer mais ainda se os governos conseguirem trabalhar juntos para melhorar a tranquilidade e a segurança que aparecem sempre como os primeiros critérios de decisão dos viajantes.

Os grandes destinos turísticos tiveram resultados muito diferenciados. Os maiores crescimentos -9%-  foram registrados na Ásia e no Pacífico. Com um forte  impulso das chegadas provenientes da própria região, a dinâmica foi compartilhada por quase todos, com destaque para a Austrália, a China e o Vietnã.

A Europa ficou com um crescimento de somente 3%, mas com grande desigualdade. Enquanto a Escandinávia ou a República Tcheca  registravam  altas de 5%, os países do Mediterrâneo cresciam 2%, e os da faixa da atlântica ficaram em somente 1%.

Na África, os destinos ao sul do Saara conheceram um impressionante sucesso com 12% de turistas internacionais a mais, mas a África do Norte e o Egito, desgastados pela insegurança, sofreram queda de 9%, o que colocou o setor em crise. A mesma queda, pelas mesmas razões, foram observadas pela OMT nos países do Oriente Médio.

Nas Américas, as chegadas de turistas internacionais seguiram o crescimento mundial, com uma alta de 4%, sendo mais forte na América Latina (+7%), incluindo no Brasil.

A evolução dos mercados emissores confirmou as tendências que o dinamismo  das economias e a força das moedas já tinham indicadas. A China, hoje líder mundial, aumentou 20% seus gastos em viagens internacionais no primeiro trimestre do ano. Aproveitando a evolução do dólar, os Estados Unidos, segundo mercado, gastaram 8% a mais até julho, e a Alemanha 4%. Nos destaques anota-se os fortes crescimentos das viagens internacionais na Espanha (+20%), na Noruega (+11%) e da Austrália (+10%). E como era de se esperar, as maiores quedas foram observadas na Rússia e no Brasil (- 28,6% de janeiro a agosto).

A OMT é também otimista para o segundo semestre do ano, tradicionalmente mais forte, especialmente nos países do hemisfério norte. Os especialistas já anotaram que o crescimento continuou em julho e agosto, e que as reservas para os últimos meses do ano seguem a mesma tendência. Um clima de otimismo poderia até impactar os fluxos de turistas internacionais para a Ásia, o Pacífico, a África e as Américas. A evolução da Europa e do Meio Oriente é vista com mais cautela, mas pode até surpreender  se foram superados os impactos dos eventos trágicos que abalaram a imagem de segurança desses destinos.

Crescimento e criação de empregos, mesmo em tempo de crise, segurança como critério-mor da escolha dos destinos, peso cada vez maior dos mercados asiáticos, fluxos intra-regionais  crescentes, especialmente na América Latina: a publicação pela OMT do balanço do primeiro semestre deste ano traz não somente otimismo para o turismo internacional, mas também algumas ideias de prioridades para orientar novas estratégias e aproveitar novas oportunidades.

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