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Hotelaria e Alimentação

Ano de expectativas para a Hotelaria

O ano começou e podemos supor que teremos uma temporada nos destinos turísticos nacionais com muita demanda, principalmente em função do dólar alto, diminuindo a procura pelo exterior. Outro fator que vai contribuir para a opção pelo turismo doméstico são as altas temperaturas que estão previstas para este verão, o que deve levar milhares de brasileiros para as praias de todo o Brasil.

Ao fazermos uma análise do ano que passou, tanto a hotelaria quanto a alimentação fora do lar tiveram razoável desempenho. A Copa do Mundo propiciou incremento em algumas cidades-sede, mesmo que temporariamente, mas também diminuiu a demanda por eventos e negócios em outras praças. A fraca atividade econômica – face a um PIB diminuto -, aliada ao período eleitoral, contribuíram para esta performance mediana, apesar dos investimentos significativos na oferta hoteleira e na gastronomia.

Para 2015, a manutenção do ministro Vinicius Lages no Ministério do Turismo foi recebida de maneira muito positiva pelo trade como um todo, pois é reconhecido como uma autoridade que compreendeu rapidamente o setor, atuando de maneira incansável para o desenvolvimento do Turismo, em todos os sentidos. Por outro lado, a troca do comando na área econômica do País se nos acena com uma condução mais segura das contas públicas, gastos do governo e controle da inflação, também nos traz preocupação pela retração de investimentos, provável aumento de impostos e possível retirada de incentivos setoriais, como o Brasil Maior para os meios de hospedagem.

Como os hotéis são grandes empregadores, enquanto não houver avanço na legislação trabalhista qualquer retrocesso neste campo será desastroso para o custo operacional da hotelaria. Contamos com a manutenção deste sistema e temos interesse em estendê-lo aos restaurantes.

A correção da política do BNDES, que vinha apoiando majoritariamente alguns setores da economia, agora pretende democratizar o acesso ao financiamento público para o desenvolvimento multissetorial. Este novo posicionamento pode potencializar o aumento de recursos para projetos hoteleiros. Hoje há uma grande reclamação dos investidores neste campo, não apenas pela demora na análise de risco e critérios utilizados para a concessão do crédito, como pelo parco orçamento alocado.

Deste modo, como qualquer adequação tributária nos parece mais difícil, devemos nos voltar para a busca de um ambiente concorrencial mais justo e equilibrado. Portanto, é imprescindível o engajamento das prefeituras para uma tributação das operações do AirBnb ou portais similares de oferta de hospedagem familiar. Cidades como São Francisco (EUA), Portland (EUA) e Amsterdã (Holanda) já conseguiram acordos fiscais com esta e outras empresas, linha que segue mundo afora. É necessário que aqui no Brasil tenhamos avanços neste campo. Também os órgãos de defesa do consumidor, sempre tão ciosos dos direitos de nossos clientes, devem ter seu papel nesta discussão.

A expectativa é de que as autoridades assumam a vanguarda destes entendimentos, principalmente em um ano de contenções orçamentárias dos governos, que não devem abrir mão de nenhuma possibilidade de arrecadação.

O ano será de muito trabalho político para as instituições que representam segmentos do turismo. O cenário para a hospedagem estará mais claro no segundo trimestre, quando as autoridades públicas já tiverem começado a apresentar suas propostas para este novo governo.

Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA)

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