Hotelaria: o momento é de ação

“Depois da Copa das Confederações, da JMJ e da divulgação das pesquisas de avaliação feitas com os visitantes, ao analisarmos os acontecimentos que marcaram estes eventos, materializam-se algumas constatações. Realmente precisamos melhorar em alguns requisitos os serviços públicos, bem como o ambiente de negócios no setor de turismo para prestarmos um atendimento com qualidade e com preços internacionalmente competitivos.

Ultimamente, após muitas críticas aos valores praticados por hotéis e companhias aéreas, os argumentos apontados pelas entidades representativas dos setores envolvidos desnudaram a realidade dos fatos. Constatamos que temos um ambiente negocial aonde imperam custos altos, tributos injustificados, sistema de contratação de mão de obra que onera os serviços prestados e uma estrutura econômica adversa à competitividade. Para melhorar esse cenário precisamos ir à luta, qual seja o setor, e o empresariado precisa se fazer ouvir e fazer como a sociedade e os jovens que foram as ruas para protestar e propor mudanças. Porém, talvez pela falta de prática ou por sermos muito fragmentados dentro do espectro de toda a atividade da indústria do turismo, iniciativas até bem intencionadas podem criar ruídos e desfazer uma linguagem unificada e coerente, em que as prioridades são elencadas sem que todas as vertentes que compõem este universo sejam ouvidas.

A formação de fóruns que não congreguem a todas as especificidades desta cadeia produtiva tende a resultados frustrantes, pois, além de parecer discriminatório para com alguns pode, inclusive, ser rotulado como oportunista quando, na verdade, a iniciativa nasceu com a intenção de contribuir para um debate enriquecedor e propositivo. Estes grupos devem estar atentos para elaborar uma proposta ampla o bastante para contemplar e suprir a todos os envolvidos na cadeia do turismo e, rapidamente, passar a uma nova fase. Com esse amplo documento em mãos podemos ter um norte para uma estratégia única, junto às autoridades, legisladores e a imprensa, com foco na conquista de corações e mentes e visando um resultado que coloque o turismo brasileiro no seu merecido lugar de destaque na economia nacional.

O momento é de ação. Devemos evitar debates muito prolongados e diagnósticos pouco conclusivos. Por fim, devemos nos preparar para uma alteração profunda no ambiente político brasileiro. Talvez seja mais do que hora de elegermos um representante parlamentar, comprometido com a nossa causa, que pense nossa atividade com conhecimento de causa e possa colaborar na solução dos graves problemas que nos afetam.”

Alexandre Sampaio de Abreu