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Redação ME

Rock in Rio – 3 horas no trânsito

Diferentemente do colega Anderson Masetto, nem tudo foram flores na minha ida ao Rock in Rio. O contexto era outro: sou carioca e, em condições normais, estaria a pouco mais de uma hora da Cidade do Rock partindo de um bairro da Zona Sul do Rio. Não foi o que aconteceu.

Não foi por falta de planejamento. Adquiri meu Rock in Rio Card, cartão que seria convertido em ingresso meses depois, em dezembro de 2010. Quanto ao transporte, decidi comprar o Rio Card que dava direito a um ônibus da linha “Primeira Classe”. A promessa da Fetranspor era de que esses veículos sairiam de vários pontos da cidade com hora marcada e lotação definida: cada passageiro teria sua poltrona própria, em um ônibus com ar condicionado e que não pararia em pontos pela cidade em busca de novos passageiros.

Tudo isso ficou no contrato – na prática, o que se viu foi bem diverso. Cheguei em Ipanema, ponto de onde sairia meu ônibus  às 3h30, meia hora antes do horário previsto no bilhete. Ainda assim, me deparei com uma fila quilométrica. Ela englobava, para a minha surpresa, gente que havia comprado o bilhete para outros horários e até para outros pontos da cidade, mas preferiram, de má fé, sair de Ipanema às 16h. Mas para os espertinhos de plantão, não havia do que reclamar, já que não havia ninguém, nenhum único funcionário da Fetranspor, do Rock in Rio, da Prefeitura ou do que fosse organizando o embarque nos ônibus. Sobrou para os próprios passageiros que, indignados, improvisaram para ordenar minimamente a situação e evitar injustiças ainda maiores.

Foram eles – os passageiros – que organizaram uma mudança estratégica no local do embarque, que, à principio, era na rua Jangadeiros. Minúscula, ela foi substituída pela Prudente de Morais, com três pistas em vez de apenas uma. Tudo isso só depois de um bate-boca entre os motoristas do metrô na superfície que partia da praça General Osório – cujo percurso inclui a rua Jangadeiros – e do ônibus especial Primeira Classe. Com toda razão, os passageiros do veículo do metrô deixaram seus assentos e entraram na discussão. Afinal, em UMA única rua, haviam perdido quase 30 minutos de viagem. Algo que, em dias normais, levaria até segundos.

Os próprios ônibus especiais não conseguiam chegar ao seu ponto, tamanho o nó no trânsito que eles mesmos provocavam, por estarem mau posicionados. Resultado: o ônibus que eu adquiri, que sairia teoricamente às 16 horas de Ipanema, saiu às 17:15. Em plena hora do rush, levamos duas horas para percorrer as praias de Ipanema e do Leblon. No caminho, mais “surpresas”: o ônibus parava em pontos pelo trajeto e buscava passageiros por R$ 20. Eu e a maioria dos que estavam lá enfrentamos filas para comprar um serviço que, por R$ 35, nos garantia uma viagem rápida, segura e sem escalas até a Cidade do Rock.

Depois de 4 horas e muita dor de cabeça, finalmente cheguei à cidade do Rock. O que era para ser uma viagem tranquila saiu pior que o esperado, resultado de mais um caso de ineficiência dos serviços públicos. Isso porque o Rock in Rio não é um festival popular. E as Olimpíadas e a Copa? Serão?

Não choveu, não fui furtada e consegui encontrar meus amigos no local. Os shows foram bons e (infeliz confissão) tenho vontade de estar lá de novo. Típico exemplo que desafia o clichê do “a jornada é melhor do que o destino”. Bom Rock in Rio a todos os que forem nesta semana. Meu desejo sincero é que vocês que não precisem abstrair a jornada.

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