
Após apresentar o Plano da Operação Energética (PEN 2025–2029) nesta terça-feira (8), onde consta uma estimativa de crescimento de 14,1% da carga de energia até 2029, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) fez um alerta para a necessidade de termelétricas para atender à demanda crescente de energia nos próximos cinco anos.
Com isso, a entidade recomenda uma maior flexibilidade de fontes convencionais, como investimentos em hidrelétricas para atenuar a falta de oferta, principalmente nos horários de pico, e citou o horário de verão como alternativas mais viável, tanto pela parte técnica como operacional.
O ONS justifica que adiantar o relógio em uma hora tem uma implementação mais fácil e menor custo, além de reduzir a necessidade de acionar fontes mais caras, como as próprias usinas termelétricas. Sem contar que não pressionaria os reservatórios estratégicos, como os do rio São Francisco e Itaipu.
“Com o crescimento das fontes intermitentes, novos desafios também surgiram para a operação. Dessa forma, precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, especialmente nos horários em que temos as chamadas rampas de carga. Isso é fundamental para garantir a segurança e a estabilidade do sistema elétrico brasileiro”, afirmou Márcio Rea, diretor-geral do ONS, em nota publicada à imprensa.
Em cenários anteriores, quando fez a mesma sugestão, não foi levada em consideração por não haver perspectiva de disponibilidade no momento. A recomendação pode, novamente, trazer à tona o debate sobre a volta do horário de verão, extinto desde 2019.