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Brasileiros rejeitam Belém como sede da COP30 e pedem mais infraestrutura, aponta pesquisa

A Ipsos Ipec entrevistou 2.000 pessoas maiores de 16 anos em 132 cidades brasileiras de 4 a 8 de setembro Brasileiros rejeitam Belém como sede da COP30 e pedem mais infraestrutura, aponta pesquisa
Logística e estrutura dividem opinião de brasileiros sobre sede da COP30 (Reprodução/Poder360)

Um levantamento nacional realizado pela Ipsos-Ipec em setembro de 2025 revelou que a escolha de Belém (PA) como sede da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) divide a opinião dos brasileiros, com tendência maior a preferir cidades com melhor infraestrutura.

Segundo os dados, 43% dos brasileiros consideram que a conferência deveria ocorrer em um local com maior infraestrutura, mesmo que distante da Amazônia. Em contrapartida, 33% acreditam que a decisão de manter a COP30 em Belém foi acertada, mesmo diante das dificuldades logísticas. Outros 24% não souberam ou não responderam.

A pesquisa ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais em 132 municípios do país entre 4 e 8 de setembro. O estudo adotou metodologia de conglomerados em três estágios e garantiu representatividade por sexo, idade, escolaridade, raça, renda e região. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com 95% de confiança.

Perfil dos apoiadores e rejeição

A análise por região mostra que moradores do Norte e Centro-Oeste, mais próximos da Amazônia, aprovam mais a escolha (43%), enquanto residentes do Sudeste e Sul demonstram maior preferência por cidades com infraestrutura robusta (44% em ambos os casos).

O levantamento também indica diferenças por idade e escolaridade. Jovens de 16 a 34 anos são mais favoráveis à manutenção em Belém, enquanto pessoas entre 35 e 59 anos tendem a priorizar um local com melhor infraestrutura. Indivíduos com ensino superior aprovam mais a escolha amazônica (41%), enquanto aqueles com ensino fundamental têm maior indecisão (31% “não sabe/não respondeu”).

A renda familiar também influencia a percepção: 52% das pessoas com renda acima de cinco salários mínimos preferem outra cidade com mais estrutura, enquanto o grupo com renda de dois a cinco salários mínimos é o que mais aprova a escolha na Amazônia (39%).

Conhecimento e apoio ao evento interferem na opinião

O estudo aponta ainda que o nível de informação sobre a COP30 está diretamente ligado à percepção sobre a sede. Entre os “muito informados”, 49% consideram acertada a escolha da Amazônia, enquanto entre os “nada informados” apenas 27% aprovam. Além disso, 46% dos que apoiam a realização da conferência no Brasil veem Belém como local adequado, enquanto 62% dos que não apoiam preferem outra cidade.

Especialistas apontam que a rejeição à cidade está relacionada principalmente a dificuldades logísticas e à percepção de infraestrutura insuficiente. Para aumentar a aceitação, sugerem campanhas de comunicação que destaquem a importância simbólica e estratégica de sediar a COP30 na Amazônia e informem a população sobre os investimentos e soluções planejadas para mitigar os desafios logísticos.

O relatório está disponível na íntegra, clicando aqui.

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