
Aspectos como a adaptação dos trabalhos a distância, incluindo as adaptações necessárias, como cadeiras, mesa, internet, e até um cômodo adequado foram discutidos
O segundo evento da Jornada Virtual pré-Lacte17 Pop Up Mobilidade discutiu, nesta quarta-feira (27), novos formatos de trabalho, como o anywhere office (escritório de qualquer lugar, em tradução literal), visto de nômade digital, disciplina no trabalho remoto e liderança.
Participaram da transmissão Andreia Balbino, Head de RH da Siemens Energy; Michelle de Andrade, diretora de Talentos da L3; Tricia Neves, sócia-diretora da Mapie; e Daniel Hoe, vice-presidente de Marketing para a América Latina da Salesforce.
Aspectos como a adaptação dos trabalhos a distância, incluindo as adaptações necessárias, como cadeiras, mesa, internet, e até um cômodo adequado foram discutidos. Em seguida, o painel concluiu que o modal híbrido veio para ficar e a quantidade de dias de trabalho presencial deverá ser acordado com o trabalhado a julgar pelo tipo de função que desempenha na companhia.
Incitado por Tricia, o bate-papo incluiu uma troca de dicas sobre como gerir uma equipe no formato de teletrabalho, sem invadir seu espaço pessoal, ultrapassar horários ou ser extremamente exigente. “Hoje a qualidade de vida no trabalho e habilidade para proporcionar um ambiente saudável é importante e está sendo avaliado pelas empresas. Não adianta você dizer que construiu um prédio inteiro em três dias se sacrificou grande parte do seu time. Quanto morreram no processo”, indaga Daniel com uma metáfora.
De olho no futuro, os palestrantes fizeram avaliações e compartilharam suas perspectivas. Pontos como a real necessidade de um escritório físico, o reconhecimento do trabalho remoto como um exercício sério da função e as possibilidades do metaverso para interações sociais foram debatidos.
Para Daniela Swiatek, especialista em Inovação, Mobiliade Urbana e Transformação Digital e a segunda palestrante do dia, o exercício de pensar no futuro não deve apenas incluir tecnologias de ponta, e sim as pessoas de todas as raças e classes sociais.
“Com a pandemia começamos a ter um olhar coletivo sobre as demandas e vemos que o modelo de teletrabalho vai ficar, mas para quem? As empresas devem analisar o cenário além do seu ciclo de convivência, olhar para a base, para quem se desloca horas até o trabalho ou não tem condições de ter um espaço em casa adequado para o home office”, pontua.
A especialista aponta ainda, que a desigualdade social já existente no pré-pandemia agora, com a retomada presencial das atividades, evidenciará um cenário ainda pior. Isso, porque segundo ela, não houve mudança na diferenciação de tratamento entre classes sociais, gêneros e raças.
“Estamos voltando para 2019, porém mais desiguais. Não podemos pensar no futuro sem incluir a todos. Qual futuro queremos e quem estamos levando para ele? A Imagem de futuro não pode apenas ser de pessoas brancas saindo de um Veículo Aéreo Não Tripulado”, defende.
Além de levantar tais questões, a estudiosa propôs como solução a união dos líderes corporativos para que identifiquem seus problemas de mobilidade, estrutura, clima organizacional e atuem com planos práticos para diminuir a desigualdade. “Eu não acho que teremos um futuro legal se tivermos um abismo social estrutural e ambiental”, finaliza.