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‘Isto é MS’: cultura como fator fundamental para desenvolvimento do Turismo

Décio Coutinho

Décio Coutinho

CAMPO GRANDE – “As cidades que investiram em cultura tiveram mais sucesso econômico que as que investiram em carros e aeroportos”. Esta reflexão encerrou o primeiro dia do seminário “Isto é Mato Grosso do Sul”. Com o Economia Criativa no Turismo, Décio Coutinho, mestre em Gestão do Patrimônio Cultural e gestor em Cultura e Economia Criativa, mostrou a importância da cultura para o crescimento de todo um ecossistema econômico de Turismo. Coutinho definiu Economia Criativa e a junção de três conceitos: economia, cultura e tecnologia

“Cultura gera criatividade e criatividade gera inovação. Quanto mais diversidade cultural, mais ideias criativas inovadoras surgirão. Para inovar é preciso valorizar a nossa diversidade. Toda cidade tem diversidade, mas as vezes ela não enxerga isso, então precisamos dar visibilidade a esta diversidade”, destacou.

Coutinho citou o exemplo dos Emirados Árabes, que passaram a investir em cultura nos últimos anos, como a compra da marca Louvre, que permitiu a abertura de um Museu do Louvre em Abu Dhabi, além do outras ações na área que posicionaram o Oriente Médio como a região que mais cresceu em número de chegadas internacionais.

Outro exemplo de cultura influenciando os resultados do turismo foi a Coréia do Sul, que na última década triplicou o número de turistas. Neste cenário, 1 a cada 13 turistas citou o interesse no país em decorrência da banda de K-Pop BTS. “A arte faz isso, provoca, desconecta e faz enxergar vazios e espaços que a gente antes não enxergava. A cultura cria este olhar 4.0, para que a gente não crie soluções pensando no passado”, argumentou.

Com estes cases, Décio alertou para a importância de valorizar características culturais, como música, gastronomia e artesanato para fortalecer o interesse turístico e agregar valor aos produtos. “O artesanato sozinho vale X, a tecnologia vale Y. Os dois juntos valem muito mais que a soma. Pessoas não compram produtos, compram histórias”, salientou.

“A gente precisa utilizar a cultura como um fator de autonomia. Nosso trabalho é tornar visível esta diversidade e valorizar todas as possibilidades de patrimônios, materiais e imateriais. É de dentro da nossa casa, da nossa vizinhança e do nosso bairro que se faz uma revolução. O americano e o europeu sabem contar suas histórias e as vezes parece que a gente tem vergonha de contar as nossas. A gente não valoriza patrimônios”, completou Décio.

SOLUÇÕES PARA FUTURO

Décio contou a história de Nova York, quem em 1900 elaborou uma solução para lidar com o esterco de cavalo decorrente dos transportes por charretes. Na ocasião, começavam a aparecer os carros nas ruas da metrópole, mas não se pensou nisso como solução. A solução foi a criação de uma espécie de fralda para cavalo. Criou-se uma indústria do produto e mão de obra capacitada. Uma década depois, a foto da Times Square mostrava uma rua cheia de carros e com apenas uma charrete.

A história foi contada para citar a importância de criar soluções pensando no futuro e não no passado. “É preciso afastar este olhar para o passado. O ecoturismo, o birdwatching, as trilhas vão mudar daqui a cinco anos ou até daqui a cinco meses. Temos que pensar em soluções para o futuro e não para o passado”, analisou Décio.

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